segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

Dois mil e sete...

Para mim, este ano que acaba hoje, ficou marcado em Junho, pelo nascimento do meu quinto neto.

Ficou marcado, também, pela aprendizagem que fiz, no que toca a desdramatizar e relativizar o que acontece.

E...

Deixo as marcas
duma passagem
breve mas intensa
(como todas as paixões)
como viver é possível
e, as marcas
ficam eternas,
indeléveis,
neste abraço
com que percorro
a tua melancolia,
até ao final
do meu princípio...

domingo, 30 de dezembro de 2007

Este mar

Trago comigo
as ondas do teu peito
e o mar do teu olhar,
denso e náufrago
deste amor meu.

Levo comigo,
onde quer que eu vá,
a doce lembrança
e a profunda alegria
dos beijos nossos,
que partilhamos
quando vens ao meu encontro...

Silenciosamente
as palavras são ditas
e, porque as ouvimos
somos então, felizes,
neste amor só nosso.

sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Lua

Sabes que volto
quando a lua ainda brilha,
porque não sei andar
na noite escura
e não sei ver o que quero.

Voltarei no brilho da lua
entre uma noite e outra,
entre um espasmo
e uma flor,
voltarei, tu sabes,
ao brilho do luar.

quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Novo dia

É o dia novo
que de novo se renova
e, em nova claridade
de novo se encontra,
bastando-se de novo
a uma nova verdade,
renovada em pleno
no novo dia...

quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Praia

Caminhando ao longo
da praia deserta,
a dimensão é mais deslumbrante,
mais perfeita,
mais aconchegante
e mais inteira.

Passeando sobre a espuma
sinto a água latejante,
menos desértica,
menos imperfeita
e menos solitária.

Percorro-me como há milhares de anos,
tocando-me os sentidos,
colocando-me imagens
límpidas de amor,
olhando-me pela primeira vez,
como a perfeição
de alguma praia deserta.

Caminho passeando o percurso,
como percorrendo o passeio
do caminho,
entre o mar e areia,
a espuma e a imensidão.

segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Este brilho

Como querendo deitar
a vida num leito
de esperança,
as palavras vão voando
no espaço encantado
de mil olhares
perplexos e vagos
e, derramam-se
na areia da minha praia,
humedecendo
clarões de madrugada
com o brilho da noite.

domingo, 23 de dezembro de 2007

Claridade

Claramente
a transparência
clarifica em clareza
a clara nudez
e, em nus claramente
claros
vozes carentes
como transparentes
claridades...

sábado, 22 de dezembro de 2007

Felicidade

Muito teria a dizer
e a escrever...
calo-me e, por breves instantes
talvez,
algures, a felicidade
possa encontrar-nos...

sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Grávida

Grávida de sonhos
em momentos inesquecíveis
rebentando as águas
nas madrugadas
doridas e simples
de um sonho nascido.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Mulher


Que o tempo se mantenha
e te revejas nos caracóis louros
e nos olhos azuis
e possas perguntar
e obter as respostas,
que o tempo no desenho
seja o tempo
da permanência
e o sonho não seja vão
e que os olhos
questionem sempre
as respostas que ainda não tens.


O desenho é do António que me perdoe a ousadia de o publicar, sem autorização prévia...

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Baú

Procuro nos confins
da memória a música
que gravada permanece
ainda
nos meus ouvidos
dentro de um enorme baú
de recordações.

Tristemente adormecido
a cinza que resta
abraça-me a todo o momento
e a cinza que me abraça
deixa-me a música
gravada para que eu
não a esqueça
jamais.


Porque sei que nos encontraremos um dia e que tu ainda lês o que escrevo, eu continuo a escrever...

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Os ralos das piscinas


No blog da Flavia são relatados o perigo dos ralos das piscinas, o coma da menina e como a justiça é tão lenta.

A solidariedade da blogagem colectiva é uma chamada de atenção e uma força para a família.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Tourada


Hoje, mais que actual, fica o poema do José Carlos Ary dos Santos, escrito em finais de 1972 e interpretado por Fernando Tordo no Festival da Canção em 1973, ganhando o 1º prémio.

Não importa sol ou sombra
camarotes ou barreiras
toureamos ombro a ombro
as feras.
Ninguém nos leva ao engano
toureamos mano a mano
só nos podem causar dano
espera.

Entram guizos chocas e capotes
e mantilhas pretas
entram espadas chifres e derrotes
e alguns poetas
entram bravos cravos e dichotes
porque tudo o mais
são tretas.

Entram vacas depois dos forcados
que não pegam nada.
Soam brados e olés dos nabos
que não pagam nada
e só ficam os peões de brega
cuja profissão
não pega.

Com bandarilhas de esperança
afugentamos a fera
estamos na praça
da Primavera.
Nós vamos pegar o mundo
pelos cornos da desgraça
e fazermos da tristeza
graça.

Entram velhas doidas e turistas
entram excursões
entram benefícios e cronistas
entram aldrabões
entram marialvas e coristas
entram galifões
de crista.

Entram cavaleiros à garupa
do seu heroísmo
entra aquela música maluca
do passodoblismo
entra a aficionada e a caduca
mais o snobismo
e cismo...

Entram empresários moralistas
entram frustrações
entram antiquários e fadistas
e contradições
e entra muito dólar muita gente
que dá lucro aos milhões.

E diz o inteligente
que acabaram as canções.


A foto que escolhi foi tirada do bitaites.org

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Art & Design

Quando a voz
se me embarga
não é o riso
é a ternura
que marca o momento.

As palavras calam-se
porque a voz não
consegue soar,
porque os gestos
tocam-me o coração.

Para a Isabel Filipe que me dedicou o post de hoje, com o poema que eu escrevi para Vermoim.
Um obrigada muito grande pela sensibilidade que ainda existe.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Escuto-te

Na paragem
de um tempo olvidado
não deixo de ouvir
o amanhecer
de um sorriso,
não deixo de ouvir
o silêncio
de uma voz.
Escuto-te...

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Gosto de ti

Sabes que gosto de ti?
Já to disse?! Disse?
devo ter dito...
e tu não entendeste,
equivocaste-te
no dia e o dia
adormeceu
e a noite...

Sabes que eu gosto de ti
e que to disse
e que devo ter dito
e tu entendeste
e equivocaste-te
e naquele dia
em que eu te declarei
o quanto te amava
tu te perdeste
e na penumbra
inexistente
tu morreste
mais um pouco.

Não para mim. Isso não.
Eu gosto sempre de ti.

sábado, 8 de dezembro de 2007

CONVITE- I ANTOLOGIA DE POETAS LUSÓFONOS


A Folheto Edições & Design com a colaboração do Elos Clube de Leiria têm o prazer de convidar V.Exa. e Família para o lançamento do livro I Antologia de Poetas Lusófonos.

Com a participação de 81 Poetas de 9 Países e 244 Poemas, esta obra, com o objectivo de promover a Língua Portuguesa, será apresentada por Arménio Vasconcelos, Presidente do Elos Clube de Leiria, e Adélio Amaro, Coordenador Editorial.

A sessão de apresentação terá lugar no Auditório da Região de Turismo Leiria/Fátima, Leiria, Portugal, no dia 15 de Dezembro de 2007, pelas 16 horas.

Haverá um momento de poesia com a participação de vários poetas e ainda um momento musical com composições e direcção do Maestro Vicente Narciso e vozes de Dina Malheiros, Genealda Sousa e Lucília Narciso.

Resta-me informar de que faço parte desta Antologia, com 5 poemas.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Uma história

Posso ser os olhos
os ouvidos a boca
e o olfacto
a mão que escreve
e tactear
e transmitir a outros
uma felicidade
que eu própria
talvez não consiga
sentir mais...

Porque colocaste um magnífico post, António,ontem dia 6, com o título 'Dá que pensar!', te dedico estas palavras.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Delírio

Não existe limite
à imaginação
delirante
o tempo é exíguo
mas os sonhos
prosseguem
a sua marcha
inesgotável
abrindo brechas
no fantástico.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Noite de Poesia em Vermoim

No passado sábado, dia 1, mais uma Noite de Poesia em Vermoim, onde ainda não pude estar presente.
O tema foi É Sempre Natal No Peito e o José Gomes teve a gentileza de ler as palavras que eu enviei, o que lhe agradeço com um grande abraço de Amizade.

SEMPRE
De braços abertos
as mãos voltadas
para o Natal
que no peito
sempre permanece.

De mãos abertas
coração sorrindo
para que no peito
o Natal sempre
inspire a nossa voz.

De coração aberto
lágrimas e sorrisos
tempos de festejar
o poder ser sempre
Natal no nosso peito.

domingo, 2 de dezembro de 2007

Barro

De barro
e o molde perfeito
figuras minuciosas
de vários vagares
enquanto
(os pés não desmoronam)
a história faz-se
conta-se e reconta-se
e o barro endurece
e num entretanto
desfaz-se
e o pó cheira o acre
de pesadelo
e desmorona-se
perdida a forma.

Petição em prol das crianças vítimas de abusos

No blog da Isabel encontra-se a petição para ser assinada.
Já estão 793 assinaturas.
Conto com as vossas.

sábado, 1 de dezembro de 2007

Sonhos

Quando sonho
os sonhos
que não durmo
acordada sonho
os sonhos
e quando adormecida
sonho que os sonhos
são os sonhos
que sonho
e durmo
e acordo
e não acordo
e não durmo
quando sonho
os sonhos
e acordada
sonho que sonhos são.

sexta-feira, 30 de novembro de 2007

O som

Para lá deste silêncio
existe o mar
que sobre os ombros
descarrega vidas
mas para cá deste
silêncio
existe um nunca acabar
de promessas...

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Lágrimas

Beijo-te as lágrimas
salgadas chorando
contigo a dor
da solidão
num lamento urgente
apertando-te forte
num abraço triste
beijo-te premente
na ânsia de te
compreender.

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Desafio

Com o título Uma imagem...mil emoções, o Finurias desafia cada um de nós.

Vento

A Wind tem sido uma pessoa que me tem seguido através dos meus espaços, encontrando-me, onde quer que eu esteja.
A mais assídua nas suas visitas, no incentivo e nas críticas acutilantes e sensíveis.
Esperei o teu regresso para te agradecer.
Um obrigado enorme para ti, pela tua coerência e frontalidade.

No vento urge
a maré cheia
esvaziando corpos
distendidos
no areal
doce o vento
que embala
os sonos dos sonhos
e traz consigo
mãos cheias
de esperança
na frase certa
do amanhecer.

terça-feira, 27 de novembro de 2007

Sobreviver

Sobrevivente de restos
amargos e de feitos
desfeitos e refeitos
não acomodados
não causados
mas de efeitos
que prolongam
a sobrevivência
em estado incapaz
de amargura.

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Dunas

Pelas dunas de um desejo
incontido falaremos dos sonhos
que algures esperam
que não se afastam
e que se aproximam
e falaremos de outras
partidas e de outros regressos
na voz murmurada
de um único amor.

domingo, 25 de novembro de 2007

Viver

Um sorriso dentro de mim
uma palavra que brota
feita de flores
e que em asas de amor
transforma a nossa vida.

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

As historinhas da Ilda

A minha amiga Ilda Oliveira do http://ashistorinhasdailda.blogspot.com presenteou-me, ao dizer-me que na sua actividade de contadora de histórias e declamadora, encetou ontem nas Escolas Secundárias a declamação, com música de fundo, de três poemas meus do meu livro "Canela e Erva Doce".
Eternamente grata lhe estou e muito feliz por ter sabido que os jovens se interessaram em ler-me e conhecer mais do que escrevo.
Um beijo para ti, pelo que tens feito por mim nestes últimos meses em que nos conhecemos e que eu gostaria de poder saber agradecer-te...

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Uma cabana

Agradeço à minha amiga Lena Maltez do http://uma_cabana.blogspot.com não só a sua escrita maravilhosa, como todas as palavras de incentivo e carinho que me tem dito desde que comecei a escrever na blogosfera.
Tu sim, és Poeta...

Fico aqui em espera doce
vivendo o dia e a noite
do presente
nas letras que me escreves
na esperança
de um outro encanto.

Muitos beijos para ti, Lena.

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Longe


Sonho de trazer
a lua comigo
e escrever-te no céu
dádivas de mim.

terça-feira, 20 de novembro de 2007

Apagar

Têm-me perguntado algumas vezes porque apaguei outros blogues.
Eu explico : tem sempre a ver com estados de alma doridos, como se afastasse aquilo em que não quero pensar.
Concluí, depois de tanto apagar (!) de que não me afasto, afinal, daquilo em que não quero pensar...antes pelo contrário.
Espero ter esclarecido os meus leitores.

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Chuva

Porque está de chuva...
não me apetece dançar
ao ritmo da música
prefiro gritar
ao meu ritmo.

sábado, 17 de novembro de 2007

Olá!!

Após 27 meses de blogosfera, de várias idas e vindas...muitas pessoas ainda não sabem que eu tenho este blog e o http://paginaminha.blogspot.com e desde sempre manifestei a minha ideia de que um blog deveria ter comentários para se sentir o feed back do que se escreve.

Ao longo destes meses, recebi muitos comentários e muitas demonstrações de carinho e de ódio, tentando sempre ser coerente comigo mesma e nada mais.
Salvaguardo, desde o início, que o que escrevo não pode agradar a gregos e troianos, nem tal seria saudável, contudo, quem critica de má fé tem o seu comentário rejeitado.

Vim aqui parar por acidente, na verdadeira acepção do termo e lamento que a coerência não faça parte da maioria dos leitores.

Por enquanto, continuo, neste e no outro espaço, esperando que a imagem do espelho possa ser a imagem de cada um...

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

VIDA


A vida agarra-se
com garra
pelos cornos (se calhar)
mas se não calhar
encalha-se nas garras
da VIDA!

terça-feira, 13 de novembro de 2007

Dias...

Dias existem
em que querendo
ser solidários
mais vale estarmos
calados
porque doi nada dizer
porque magoa o que quer
que se diga
porque os outros
nem querem escutar.

Hoje é um desses dias...

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Digo

Digo o que não penso
para pensar que o que digo
é o que penso
quando penso que não digo
e digo sempre o que penso.

domingo, 11 de novembro de 2007

Amo-te

Adormeço no teu pensamento
quando acordada te penso
e de manhã o sonho
permanece nas tuas palavras
e no doce sorriso
ao longo do meu corpo
inerte de ti, meu amor.

sábado, 10 de novembro de 2007

Paixão

Irrompe a paixão
como todas as paixões
sem aviso
sem ser esperada
sem se fazer anunciar
brutal e desmedida
brota do nada
neste jardim...

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Maré

A maré vazou...
conchas e búzios
vieram dar à praia.

Eu também.

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

De pedra

Madrugadas
ainda não manhãs
por vezes noites
cerradas e de pedra
sem contornos
sem sonhos
fechadas à vida
encerradas para sempre.

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Afago

Avassalador afago
que na tua pele
consome a breve
existência de mim.

terça-feira, 6 de novembro de 2007

Viver

Hoje os sons
da natureza envolvem
este recanto onde me sento
e contemplo
todos os detalhes
da memória,
abraçando livremente
o fulgor dos dias
assim nascidos
para viver o presente.

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Apenas

Palavras apenas
que saiem livres
e se baralham
como cartas
quando as cartas apenas
voavam e nas fragas
deixavam as dores
e se sabia que valia
a pena ser pássaro
para ter penas
e voar...

domingo, 4 de novembro de 2007

Deixo-te um poema

Deixo-te um poema
feito de beijos
de maresia e de sol
com todas as cores
da minha paleta
de palavras.

Deixo-te um poema
feito de magia
de abraços e de lua
com todas as flores
do meu jardim
de páginas.

Deixo-te um poema
por te amar.


Para ti A.


Hoje é dia de festa!!

Convido os meus amigos
a abrirem as garrafas de champanhe
a brindarem a este dia
a gritarem bem alto
o quanto é bom estarmos
vivos...

Hip hip hurrah!!

Há 3 anos assinei um dos documentos
mais importantes da minha vida :
o divórcio.

Ergamos as taças!

sábado, 3 de novembro de 2007

Possível

Amor impossível
não existe
todos os amores
são possibilidades
de serem possíveis
na maresia orvalhada
das manhãs
na frescura das tardes
possíveis são todos
os amores
quando as palavras
cheiram a nós
e os beijos
são presentes
à distância
de um amor
sempre possível.

sexta-feira, 2 de novembro de 2007

Perdidos

A noite cai
lentamente
e estende-se
na volta do caminho
soltando gemidos
tímidos
anúncio de chegada
prenúncios
de regresso
amanhã e depois
cai a noite
lentamente
estendendo-se
nos nossos corpos
perdidos no dia.

terça-feira, 30 de outubro de 2007

sábado, 27 de outubro de 2007

Para um amigo

Nas mãos a esperança
infinita de viver
e nas palavras
o calor de um gesto
trago comigo
a tua presença
agora ausente
e o teu cheiro
num abraço fraterno
neste amor que eu sei
ter a saudade
de uma voz eterna.

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Palavras

As palavras ditas
falam de coisas
sem nexo algum
falam de delírios
e de paixões
por falar.

Apagam-se na memória
cegas de terror
retiram-se culpadas
para outros dias
para outros lugares,
calam-se para sempre
gastas e usadas
de serem nada.

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Desenho

Mágico o perfil
que desenhas
na folha branca
sombreando a carvão
os olhos intensos
de um amor.

Encontro-me nessa magia
nos desenhos vivos
na sensação sublime
de estar sempre presente
quando o teu sonho
encontra o caminho
e tu desenhas
sem parar o perfil
pleno de magia
e os olhos brilhantes
de paixão...

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Ter-te

O toque
o arrepio na pele
que estremece
e vibra nas tuas mãos.

Quente o contacto
do teu corpo no meu
perdido à tua procura.

Os beijos
a perturbadora
essência da posse...
(o ter-te em mim).

terça-feira, 23 de outubro de 2007

Fel

As palavras sabem a fel
tão amargas que rasgam
o vento,
traçam sulcos no rosto
trilhado de tantos anos.

Tão ásperas as palavras
que ferem o corpo,
que silenciam a vida
dos sonhos,
sabem a fel as palavras
que se desfazem
em negras nuvens de água.

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Banal

Banais silêncios
(se os silêncios são banais)
do outro lado do mar
trazidos pelas vagas
da tempestade
enquanto os meus braços
te envolvem
de ternura azul
(se a ternura é azul)
no cinzento mesclado
dos beijos
que não damos
(se cinzentos são os beijos não dados)
do outro lado do mar
as palavras banais
(se as palavras são banais)
agora é o tempo inacabado
do nosso amor
(se o amor acaba em tempo).

domingo, 21 de outubro de 2007

Tempo

Tempo de ficar
hesitante
nas portas
que se abrem
de par em par...
em lugares comuns
reflexões.

Extasiante
extasiada
semi estática
perdida
no nada
intemporal.

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Pontos...

Vírgula
ponto final
reticências
ponto e vírgula
dois pontos
parágrafo
travessão
e cá vamos!

Exclamando
perguntando
perguntas exclamadas
exclamações perguntadas...
até ao fim
do fim
enfim...(reticências).


Para o http://cartoonices.wordpress.com

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Maré

Descreve o mar
e as marés como
vozes ecoando
para lá da realidade
dá-me o teu sorriso
que ainda é
esperança viva
na maré de setembro.

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Cerca

Cerca cercada
num cerco cerrado
cerra e encerra
o ciclo encerrado
e o ciclo reabre
e cerca do cerco
cercada cerrada
se encerra o cerco.

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Cinzas

Do fogo ardente
da paixão
efémero delírio
sobram pedaços
soltos de palavras
reduzidos a cinzas
os restos mortos
de nada.

domingo, 14 de outubro de 2007

Partida

Como se soubesse
o que o dia seria
e me traria
adormeço a toda a hora
nos minutos de partir.

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Não lembrança

Não lembro nem quero
lembrar as flores
que cresciam no espaço verde
daquele jardim,
não lembro nem quero lembrar
o mar que aos nossos pés
alimentava a nossa história
e que dela fazia um futuro
sem qualquer sentido.

Mas porque quero lembrar
um sorriso e uma carícia
voo para longe daqui
não querendo já lembrar
o que nunca soube de ti...

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Pássaro

Longe longe voa
asas longas
para além do horizonte
o pássaro transparente
que traz no seu voo
não saudade
e leva consigo
passados marcados
voos rasantes
tão longe longe
nas asas do meu tempo...

terça-feira, 9 de outubro de 2007

Dia

Hoje é o dia novo
de novo ser
novamente estar
com o pensamento
em ser novo
novo estando
sendo nova
a estranha forma
do dia novo.

domingo, 7 de outubro de 2007

Margem

Margem limiar
limbo da vida
aguaceiro contra o tempo
desordem caótica
em mim...

sábado, 6 de outubro de 2007

Sons azuis

Ao cabo de te amar
loucamente
chamo-te em sons
azuis de abraços
como se não existissem
mais nuvens no céu
agora e sempre
límpido
de saudades
cânticos alegres
de boas vindas
e a voz doce
do teu regresso
neste tão louco amor.

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Futuro

Céu caminho
sem nuvens
doce envolvimento
de uma estrela
no meu lugar
tão perto e tão longe
tal a euforia
do regresso
quarto crescente
sangue novo
do futuro.

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Poema

Porque te desenho
os lábios
em gotas de chuva
feitas de entregas
e amor
te marco na volúpia
de um temporal
ao som de um gemido
que se sente
como um poema
numa tela por inventar.

terça-feira, 2 de outubro de 2007

Posse

Quando me liberto
nos teus braços
e te possuo
suado em mim
sei que o tempo
jamais passará
neste abraço
que nos alonga
a memória.

domingo, 30 de setembro de 2007

Aviso de burla

A quem já tenha sido burlado ou tenha conhecimento, agradeço que me contacte através do meu email.

A quem ainda o não foi, deixo o aviso para que não aceitem quaisquer cheques titulados por Engº Adelino Santos Pimpão, natural de S. Mamede, Batalha, portador do B.I. nº 7613315 de Lisboa, contribuinte nº 191273341, filho de António Lopes Pimpão e Maria do Fétal dos Santos, com último domicílio conhecido em Rabissaca, freguesia de Vila Verde dos Francos, concelho de Alenquer.

Zona do Algarve, Cascais e Abrantes já foram visadas nas acções vigaristas do dito "Engenheiro".

sexta-feira, 28 de setembro de 2007

Obrigada aos meus leitores, pela vossa presença.
Peço desculpa se não os visitar com a mesma assiduidade.

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Janelas

Janelas abertas
envolvidas por uma brisa
que vem de algures
de tempos de memória
de vozes e ecos
de pasmos e anseios
abertas janelas
esperanças sem fim
uma brisa de memória
um lento hastear
de algures um eco
de sempre um desejo.

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Fim

Quebra-se o encanto
que o ciúme elevou
uma palavra por dizer,
a mágoa que sobrou.

Acaba a magia
em mãos ávidas
de destruição,
finda o ciclo
de um sonho
em construção.

Por terminar
loucura e pesadelos
noites, dias
e luas
calo a voz
e afundo-me...

terça-feira, 25 de setembro de 2007

Esta voz

Partida à desfilada
sonhos e chegada,
palavras feitas
e desfeitas
de rosmaninho,
luz de sombras
manchada
em sons de voz,
que o silêncio
não rasga.

domingo, 23 de setembro de 2007

Amante

Provei dos teus lábios
vermelho sangue
de paixão
o cheiro acre
da posse amante
sexo exausto
de nós.

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Momento (Uma espécie De Céu)

Para o fim de semana fico nas palavras do Pedro Abrunhosa:

'Pedes-me um momento,
agarras as palavras,
escondes-te no tempo
porque o tempo tem asas...'

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Loucamente

Louca de desejo
espero-te semi nua
para que saboreies
esse prazer de me despires
lenta, suave e brutalmente
até não saber mais de mim.

É...

Descobri!!!!
Bolas! Estava a ver que não.
Descobri o que te guarda
o que te protege
e o que receias...
Bonito.
Mar. Lua...
Detesto luas,
mas gosto das estrelas
que me desenhas
e me guardam
protegem
e não me receiam.

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Realmente

Talvez esteja a ficar mais estúpida na proporção directa do avanço da idade.
Realmente.
Ou, tudo não passe de uma ilusão do meu espírito.
Quem sabe?
Por vias das dúvidas, vos deixo a reflectir.

domingo, 16 de setembro de 2007

Hoje...

Cai a noite e eu escuto vezes sem conta, até que o CD se gaste, uma das minhas músicas preferidas, na voz de Elvis Costello - 'SHE'.

sábado, 15 de setembro de 2007

???

Todos temos necessidade, por vezes, de parar para pensar, ou não.
Quando eu compreender palavras e/ou atitudes dos outros e for compreendida, voltarei a escrever.
Até lá, que me desculpem, mas não é possível ter o mínimo de sanidade ao não conseguir entender simples frases cuja interpretação nunca é a correcta, ou gestos que aprendi a interpretar de outra maneira.
Estou cansada de atitudes e/ou palavras que a minha compreensão não atinge.
Pode parecer, mais uma vez, que estou zangada com tudo e todos, o que não é verdade. Estou-o sim, comigo própria.
Até um dia destes e entretanto e sempre, façam o favor de tentar ser felizes.

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Daqui

Sinto esse riso
que me atropela os sentidos
em atropelos desnivelados
de prazer,
sinto as veias latejarem
de um bem que é meu
e o trémulo gotejar
dos primeiros
pingos de chuva...

Chegas como que vindo
não sei de onde,
nem como,
nem porquê,
ocupando o meu espaço
e libertando
ondas de prazer.

Daqui, levo-te
comigo em sombras
de luz
até à beira mar.


Para ti F. que o meu sonho permaneça.

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Doçura

Tão doce o teu sorriso,
espalha-se em redor
um terno carinho
de saudade,
tão doce o cheiro
do teu corpo
prolonga-se subtil
nas minhas veias
mais uma vez
e volto a cantar
nas voltas de um abraço,
no espelho das palavras
que dizemos e calamos,
enquanto a música
continua a tocar
só para nós.

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

'Cinderela'

Ao visitar hoje o blog Um Momento no http://somomentos.blogspot.com, a música que toca é 'Cinderela' do Carlos Paião.
Uma música que me transportou a um outro tempo:
'Bate bate coração
louco louco de emoção...'

E eu digo e escrevo:

No tempo dos sonhos,
no tempo despreocupado
onde cabem ilusões,
o desejo é cumpri-los.
E cumprem-se,
Sempre
nas emoções que se vivem
dentro de nós,
todos os dias
de todos os anos,
no coração
de toda a Vida!!

terça-feira, 11 de setembro de 2007

Lentamente

Sem pressa
o comboio percorre
a linha que me leva
por aí,
devagar
deixo-me levar
por aqui,
enquanto estou
e sou e o sossego
me invade.

Calma no olhar,
nos gestos e no silêncio
chega a estação
que me trouxe
até ao comboio...

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Que bom!

Finalmente...
liberto-me. Penso eu.

Desejos

Cala-me este desejo
em sonhos
de noites insones
quando o ciclo
se completa
e o círculo se fecha
connosco.

Cala-me todos os desejos
que nas noites
dos dias
de mil ciclos
não se completam
e em círculos
nos revolvem.

Deixa-me desejar.

domingo, 9 de setembro de 2007

Não

Não fico e não vou,
Não gosto e não desgosto,
Não faço e não desfaço,
Não chego e não parto,
Não quero,
Não sei,
Não lembro e não esqueço,
Não sou.

sexta-feira, 7 de setembro de 2007

Navegar

Quero navegar-te
inteiro no meu corpo,
possuir-te o tempo,
ter-te nos beijos,
perder-te em mim
e quero que me navegues,
como se eu fosse mar
e quero seguir a rota
das tuas mãos
fluidas e sábias.
Como eu quero navegar-te...

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Vago

E a realidade subsiste
na breve ilusão
de um vago sonho
por cumprir,
num vão adjectivo
por dizer...

quarta-feira, 5 de setembro de 2007

Abandono

E o total abandono
permanente
soluçado...