quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Final de ano


E...

Deixo as marcas
duma passagem
breve mas intensa
(como todas as paixões)
como viver é possível
e, as marcas
ficam eternas,
indeléveis,
neste abraço
com que percorro
a tua melancolia,
até ao final
do meu princípio...

Este foi o poema que coloquei há um ano e que repito hoje.

Ano de 2008 marcado essencialmente pela continuação da minha aprendizagem e conhecimento.

Muitas densas emoções, paixões e infinita esperança.


Foto: Viajantis

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Símbolo


Simbolizas o som macio
a voz calma
ponderada
o racionalismo
das palavras
simbolizas a vida
que eu vivo
os gestos suaves
e a postura eloquente
de quem nasceu
para ser amado.

Simbolizas um marco
que sempre recordarei
(que o baú não encherá
de mofo)
simbolizas
o meu destino
possuído em ti
sem tempo
sem esquecimento.

Simbolizas
a eternidade.


Foto: Viajantis

sábado, 27 de dezembro de 2008

A valsa das partículas


As partículas
do encanto
bailam hoje
a valsa do Brel.

Inebriantes
e formadas
de mil tempos
mil vozes
e desassossegos
bailam sensuais
em afectos
e paixões.

A valsa das partículas.


A foto foi surripiada ao Jorge Castro e junto este meu poema ao dele.

Depois de ter surripiado a foto do Jorge...quero agradecer-te o teres colocado este meu poema no teu espaço!
Obrigada!!

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Folhear


Deitada na folha
invisível do silêncio
entro no sonho
relâmpago
e a atmosfera
contrai-se
de solidão.


Foto: Viajantis

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Romãs


Brinco com as palavras
como se fossem tintas
de várias cores
na ponta dos pincéis
misturando-as
numa tela indefinida
numa teia colorida
de letras sem nexo
e brinco com todas elas
no baloiço
onde juntos os dois
nos elevamos nos ares
cada vez mais
velozes cada vez
mais afoitos
e brinco
na tua boca vermelha
e suculenta
onde as romãs
se saboreiam
lentamente...
ao ritmo do açúcar.


Foto: Pedro Arunca

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Um cansaço silenciado


Cansada evito debruçar-me
sobre o livro que me faz pensar
e ainda mais me cansa.

Evito juntar letras
formar palavras
ligar números
ou fazer contas
evito tudo o que me cansa.

Cansada do silêncio
cansada do ruído
de ler de falar
deixo-me descansar
livremente
num lugar sem nome
e silencio-me.

Afasto a minha vida.


Foto: Viajantis

sábado, 20 de dezembro de 2008

A calma

Calma e silenciosa
passo ao teu lado
e não sentes
a minha presença.

Mudou tanto o tempo
mas o tempo
não me mudou,
sou ainda o que fui
sou a tempestade
de Verão
ou o calor de Inverno
dentro das quatro
paredes de ti.

Passei. Passo.
Mas ainda não te apercebes
de mim.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Guerra


Não fazes parte
do que foi nosso
e para mim nada sobra
da sombra mentirosa
do espelho,
nem fica escrito
que te conheci.
Anónimo serás
no vagão
a caminho do nada...


Foto: Viajantis

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Aromas audíveis



Sobrepõem-se os gestos
que incomodam
sons
e ouvem-se
os aromas antigos
sobre as nuvens
do fogo,
em alerta contínuo
ou em vagos
lugares longínquos,
sentimentos
eloquentes,
emoções
inquietas
e a ilusão marcada
em mil pontos
de luz...


Foto: Viajantis

domingo, 14 de dezembro de 2008

O fio

Desapaixonei-me
da tua lonjura
pela resistência
fria das palavras,
desapaixonei-me
lentamente
no redondo fio oblíquo
da tua vontade,
desapaixonei-me
completamente...
ou como dói querer
impossíveis!

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Regresso


Tornas-te um inóspito
esconderijo
na montanha,
um arbusto derrubado
pela ventania,
tornas-te palavra
indesejada e
nuvem ameaçadora
e lembras-me
um tecido antigo
traçado
e bafiento
que pernoita
invulgar
e insensível
no baú dos antepassados...


Foto repetida: Viajantis

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Direitos Humanos


... A Declaração Universal dos Direitos Humanos cumpre 60 anos de vida.

Os Direitos Humanos devem ser um direito de Humanos Direitos...

Este post é copiado integralmente do Viajantis, porque concordo com ele.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Arrepio

Enquanto o arrepio
mantiver o teu corpo quente
e as palavras
prosseguirem
o seu trajecto de luz,
eu permanecerei
o som nos teus olhos
e serei
a música inalterada
dos teus poemas
de amor...

sábado, 6 de dezembro de 2008

A apresentação de ontem em Lisboa


Foi bonito o momento.

Sem conseguir exprimir o momento inicial proporcionado pelo António e pela Ilda Oliveira, ao ouvir cantado e musicado o meu poema 'intemporal' publicado no livro 'canela e erva doce', porque as emoções não têm modo de se explicarem. Nada acontece por acaso, Ilda, é verdade.

As fotos que vi estão publicadas no blog do Jorge Castro.

Como escrevi em várias dedicatórias ' que as palavras nunca morram em nós'!


Foto tirada do Orca

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Que dizer


Que dizer do tempo
hesitante de um poema
ou da forma magoada
de o escrever,
que dizer da voz
decidida do Poeta
ou do modo alterado
de o falar
e de o cantar,
que dizer de mim
e de ti
na noite de todos os poemas
dentro do tempo
dito de nós.


Foto repetida: Viajantis

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

A apresentação em Lisboa


Depois de amanhã será a apresentação em Lisboa do '22 olhares sobre 12 palavras', na Livraria Barata na Av.de Roma, pelas 19h30.

Estão todos convidados, obviamente.
Até lá.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Golpe de asa


O meu último livro de 'cordel' da Apenas Livros.

Quarenta poemas escritos com alma. Coração. Inspirados? Sim. Claro. Nem faria sentido se não fosse assim. Tal como o 'canela e erva doce'.

Agradeço a todos os que me têm apoiado nestes mais de 3 anos de blogosfera.

Obrigada.