quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Novo Ano

Não tenho andado muito por aqui. É um facto.
Espero que em 2012 haja Saúde - principalmente - e muita inspiração para continuar.
Bom Ano a todos os que por aqui ainda vão passando...

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Respiração

Posso dizer-te num poema
a música já ouvida
do outro lado do mar
e posso contar-te
a minha ideia de poder
sentir a vida em cada verso.

Eu- num poema -,
poderei falar-te
de tanto
e tu não saberás
entender de onde vem o som
da saudade;
nem (sequer) procurarás ouvir
a tonalidade magoada
da tua própria respiração.


In' insubmissa o lado errado numa linha imaginária' Chiado Editora, 2011.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Indolor

Quando eu tiver
As mãos doridas
De tanto escrever
Invento uma forma
Indolor
E escrevo
Na parte de dentro
Das folhas
Onde não magoa
O poema
E onde as mãos doridas
Poderão
Descansar
Sobre a luz
Da memória.

In' marcas ou memórias do vento' Editora Apenas Livros, 2009.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Bolina

Vou navegando
à bolina
sem grandes inquietações;
assim talvez
aporte por aí
-algures-,
num espaço vago
e num tempo
diferente.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Vozes

De um lado o inevitável
perfume doce
das tuas mãos,
o soletrar no vazio
deixado para trás;
de um outro,
a promessa incumprida,
o ritual amargo
da despedida:
a perdida música
onde as notas falham.
Resta a volta
das vozes
e o sonho - ainda -
imperfeito.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Apresentação do meu livro

A apresentação do 6º meu livro 'insubmissa o lado errado numa linha imaginária' será dia 15 de Outubro, às 16h30 no Zeno Lounge, Estoril e estará a cargo do Dr. Fausto Marsol.
Serão lidos poemas pela Cristina M.Barreira e a Chiado Editora será representada pelo Dr. Gonçalo Nuno Martins, prefaciador do meu 1º livro 'canela e erva doce'.
Obrigada se quiserem estar presentes.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Ano

O vento numa ideia,
a voz que ilude ao longe,
o mar,
o eco dos búzios,
a memória atraiçoada.
Já morreram todas
as estações do ano
e o vento - sempre o vento -
o eco e a memória, ideia e voz
e, o mar da minha Vida.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

'Insubmissa: o lado errado numa linha imaginária'

Esta é a capa e contracapa do meu 6º livro cujos primeiros exemplares estão já em meu poder.

Quem quiser comprar algum ou alguns, pode enviar-me um mail para mapaularaposo@gmail.com

Logo que saiba a data, hora e local da 1ª apresentação, avisar-vos-ei.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Espuma

Que me marque
uma vaga branca de espuma
e o mar deixe o verde
odor da maresia.
Que me lembres
os passos na areia
e as conchas me ensinem
o que não sei.
Desejo navegar
e perder-me em cada porto
que não encontro.

Paula Raposo in 'insubmissa: o lado errado numa linha imaginária' 2011 Chiado Editora.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Ao largo

Longe, ao largo.
Só mar à nossa volta.
A despedida fora de risos
e flores sobre nós.
Partíramos e sobre nenhum rosto
caíram lágrimas:
eu não as vira;
mas - hoje - sei,
que alguém queimou
as minhas fotos
e rasgou as minhas cartas.
Não voltei.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Sem fim

Um dia muito espesso
e inodoro,
(tenho que cheirar
e sentir algo)
mas, o dia - além de espesso -
era sem côr.

Pensei que já não existiam
sentidos.

As flores lembraram-me:
era só mais um dia
sem fim.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Em memória do Rolando Palma


Chocada com o teu assassinato no passado dia 2, no Rio de Janeiro, junto-me nesta blogagem colectiva, para te dizer que: não te conhecendo pessoalmente, a tua escrita sempre me fascinou e to disse em vários comentários durante os anos em que visitei o teu entremares...

Deixo-te um poema e um beijo lá onde estejas.

À Deriva

Equilibrar
o cinzento esverdeado da água
acalma a dor da ausência
presente no meu olhar.

Alguns barcos navegam
ao longe
e eu vou num deles
não sei para onde
não sei qual o destino
em que embarco,
nem quero saber.

Deixo-me ir na transparência
da aparente acalmia do mar
mais uma vez à deriva.

Este poema integra o meu livro 'golpe de asa' 2008 Editora Apenas Livros.

Que gostes, Rolando!

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Veias II


Vou deixar que o poema
se enterre nas tuas veias
- mesmo escorrendo algum
sangue –
e se entranhe na aguarela,
preparada para a minha apoteose:
hoje desenhas-me.

Finalmente este era o sentido
que – ainda – faltava
à nossa paixão.


Paula Raposo in ' insubmissa: o lado errado numa linha imaginária' 2011 Chiado Editora.

terça-feira, 19 de julho de 2011

Enquanto

Estás comigo
Enquanto eu escrevo
E tu me observas.
Criticas acesamente
As rimas que não procuro,
A dureza das palavras,
A melancolia dos temas.

Sorrio-.te longamente
Levada na tua voz rouca,
Enquanto acendo um cigarro
E o café arrefece.

Ligo o aquecedor
E acendo uma vela,
Intensificando o odor
Que enche a sala,
Tentando escrever,
Pontuando o ritmo
Com uma vírgula.

Estou aqui contigo
Negando sentimentos
Que me percorrem,
Enquanto escrevo,
Respiro fundo
E fico dentro de ti
Em cada palavra,
Em cada momento.

Paula Raposo - 2006.

terça-feira, 12 de julho de 2011

Lado a lado

Lado a lado
A compreensão
Desajusta-se
No justo momento
De a desfrutar,
Lado a lado
Amachuca-se
E em velas enfunadas
Perde a maré,
O tempo e o ideal,
Quando lado a lado
Não ganhamos
A voz da liberdade.


Paula Raposo in 'marcas ou memórias do vento', Editora Apenas Livros, 2009.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Pauta

A minha voz alberga mil tons desconhecidos;

Mil silêncios azuis do teu olhar;

Fantasias de um sonho bom.

A minha voz pode ser a tua voz

Aqui

Agora

Mais além

Acolá

A nossa voz presume dos sentidos

O alerta indefinido

E a descoberta de uma pauta musical.


Paula Raposo in 'o verbo ser' Editora Apenas Livros, 2010.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Mundo

Poderia falar da madrugada
- o tempo mágico -
e das vozes perdidas
entre gargalhadas
e sons inaudíveis.
Poderia falar da noite
que vem sempre
- inexorável e premente -
deitar-se connosco.
Mas, hoje, só posso falar
de saudade, de beijos;
imponderáveis e devaneios,
que me levam
- entre abraços e carícias -
ao fim do Mundo!

terça-feira, 14 de junho de 2011

Cantos

Os recantos deixam
de ser cantos
nos cantos de encanto,
nos encantos, desencantos;
recanto de mim,
o canto liberto de ti,
palavras já ditas
em cantos e encantos,
de desencantos encantados.
São os recantos
cantados por ti:
teus recantos em meus cantos.

terça-feira, 7 de junho de 2011

Eis-me

Consigo escutar o silêncio:
sinto que o sossego
me invade e penetra
todos os poros.
A ideia é essa - acalmar -,
viver por algumas horas
o que não consegui
em toda a Vida.
Revigorar os sentidos
e libertar-me
do que não interessa.
Eis-me aqui.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Deslumbrar

Dentro dos teus olhos
existe o inaudível som
do sonho;
a perturbadora essência
do inexplicável;
toda a ternura não dita
das palavras-poema.
Dentro de ti existe
a solitária imagem
de um reflexo incompreendido:
por isso, a minha Vida,
deslumbra-se dentro dos teus olhos.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Química

A saudade magoa
- mais ou menos - um bocado;
sendo esse bocado
o bocado que não tive.

Sendo que o bocado
feito saudade,
é feito de química
ou das mágicas palavras
que tão bem me dizes;
assim, nunca poderei
deixar o teu corpo
longe dos beijos
que nos prendem.

No bocado incontrolável
de nós.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Para ti, meu amor

Deixo que me prendas o olhar
em cada beijo que te dou;
um lampejo de sabor a ti,
uma luz que se prolonga em mim.
E eu deixo o olhar prender-se
no regresso à realidade.
Um desencontro ilumina a noite,
e quando a madrugada reaparece
toda a nostalgia chora em sonetos:
és tu que me compões a canção do infinito.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

O nome da voz

As coisas chamam-se pelos nomes
e pelos nomes
volto a saber
quais os acordes
da nossa música;
pela música
sonho - mais uma vez -
o anseio que apaziguas
no teu abraço;
pelos nomes das coisas
sei da tua voz plena:
o encanto de ti.

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Lembra-me

Lembra-me de libertar
os sentidos
no amanhecer tarde
da tarde longa
- anoitecendo -,
ferida de cantar.
Esqueço-me,
aprisionados que estão,
de lhes dar liberdade
quando tu não me lembras
o poema.
Lembra-me.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

No teu peito

Sei que no teu peito

seguiram os nossos beijos

e as palavras - poucas -

que trocámos,

no fugaz desenlace

da paixão.

Levaste-me contigo

e deixas-me a lembrança

- imensa -

de um hino de amor.


Paula Raposo - Abril 2011

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Meio dia

Dança no meu olhar
A brisa morna do meio dia
Enquanto eu prossigo
A caminhada que me propus
Dança comigo a quietude
E o silêncio neste meio dia
De ainda te abraçar.


Paula Raposo - Fevereiro de 2011

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Até já

Eu sei que já disse algo semelhante : várias vezes, de diversas maneiras....e até me rio com isso. Quando??? Desde 2006 que ando a dizer a mesma coisa.
Sou assim: imprevisível. Quem gosta , gosta. Quem não gosta assim muito, faz favor, não faz falta...desculpem.

Não penso (!) voltar a escrever poesia. Isto é, nem prosa (que nunca soube escrever...). Não escreverei nada mais (claro), a não ser o meu 6º livro que está pronto ( há uns 6 meses!) à espera que haja uma alma que o edite....

Arrumo aqui as minhas botas.
Foi um prazer conhecê-los.
Até sempre.
Numa outra dimensão. Quem sabe?!

quarta-feira, 6 de abril de 2011

A tua falta

A minha última homenagem prestada hoje ao meu Amigo José Paula falecido subitamente dia 1.
Magnificamente lido pela tua sobrinha e que te acompanhará sempre.
Lá onde quer que estejas que tenhas a Paz que mereces.

Fazes-me falta
Como a chuva em tempo de seca
Como o sol em tempo nublado
Como uma onda do mar
No beijo terno da areia
Fazes-me falta
Saber que pensas em mim
Que tens saudades
Saber que te faço falta
Como as mãos que te tocam
As palavras que tenho que dizer
Como o meu olhar que não te deixa
Fazemo-nos falta
Na voz que oiço sempre
No carinho que nos damos
Como em pensamento
Esse mar que me envolve
Como a falta que me fazes
Todos os dias todas as noites
Que nos precisamos
Como a paixão que não acaba
Nesta tanta falta que nos fazemos.

segunda-feira, 28 de março de 2011

Reencontro

Chove pedra.
A pedra dissolve-se
na calçada.
Eu desapareço
em lapsos
como uma desmarcação
de não vida:
e fico pó
e adormeço de novo
no seio quente
de minha mãe.
Sou chuva.
Um reencontro de amor.

segunda-feira, 21 de março de 2011

Átomo

Não sei representar
o voo das gaivotas
nem o barulho do mar bravo
- aqui à minha beira -
sumptuoso e alucinante
como a majestosa
inevitabilidade
de um átomo.

quarta-feira, 9 de março de 2011

Anseio breve

Do teu sorriso
guardo a fome
que não saciei;
das tuas palavras
não guardo
o significado,
por não o entender.

Guardo - se quiser -
a liberdade de ser eu,
nas dúvidas que não exibi;
porque na voz
do teu sorriso,
perdi - mais uma vez -
a luz que sempre anseio.

quinta-feira, 3 de março de 2011

Fala-me de amor

Fala-me de amor ao som deste mar calmo, na música não apercebida, na carícia que desejamos.
Fala-me de amor mesmo que não façam sentido as palavras levadas pela maré, elas entranham-se mesmo assim, no tacto que os dedos libertam.
Fala-me de amor como se nada fosse, sem importância - que interessa isso - se o sol diz bom dia.
Fala-me de amor a qualquer hora.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Restos

Fica sempre a mágoa
em qualquer partida
-mesmo agora-
que não se deseja;
não sobra o elementar,
e restam restos
de nada.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Única tristeza

Não sei quem és
nem o que fazes aqui:
o vento já me deixou
e a chuva só brinca
na areia - por enquanto -
deixando um sulco
redondo de surpresa.

Não sei porque vieste.
E quem és tu?
Trazes-me algo de novo:
algo que me surpreenda?

Talvez. Só a tua presença
é um facto imenso
de uma única tristeza.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

(Di)vagar

Vagar.
Um muito lento vagar.
Uma calma inusitada.
Um estranho golpear.
Uma imensa ternura.

Vagar de ti,
vagar de mim,
a substituição
abrupta e vaga
do divagar em nós.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Pertinente

Tenho que voltar
para poder entender-te
e isso não é fácil.
Vou voltar neste dia
quando o sol se puser
e eu ainda tiver
uma ideia remota do amor.

Mas tenho que voltar;
para - pelo menos -
te reencontrar:
um dia de loucura,
uma voz na minha
e eu nos teus beijos.
Pertinente: não sou.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Beijos meus

Beijos meus nos teus.

E nos teus ficam
os meus...
e nos nossos
somos nós,
e em nós
sou eu e tu
e os meus beijos
são estes.
Estes que te dou
e que recebendo
se devolvem:

é isto amor?!

sábado, 29 de janeiro de 2011

Noites

Um pedaço de papel
a tua voz pinta
o quadro da nossa vida.
As tuas mãos
tocam o meu corpo
e a canção
será sempre a nossa.
Um dia,
ficarei à espera
que também nossas,
possam ser,
as noites.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Perdeu-se o encanto

Perdeu-se o encanto.

Uma mágica ventania
levou-o para muito longe;
tão longe o mar,
tão longe a luz.

Perdeu-se o encanto
e as palavras
não voltarão
a ser fáceis.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Amor que faço

Quero que escrevas
no meu corpo
a mais bela
canção de amor;
que me dedilhes
incessante
todos os poros
que se abrem às tuas mãos.

Quero que escrevas
na minha boca
o mais belo
poema de amor;
que me pintes
colorindo
a boca
que se abre aos teus dedos.


Também pode ser lido no http://blog.afundasao.com

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Geométrico

Geométrico desenho
que trago em mim;
no vértice vermelho
esconde-se o círculo
do teu sorriso.

Sei que o ensinas
a voar
e ele traça
no meu traço
o quadrado que me falta.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Não sei

A minha voz
já entoou todas
as canções.
O meu olhar
já leu todos
os recantos.
As minhas mãos
já tocaram todas
as vidas.
Um dia,
não sei quem sou.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Instinto

Não sei calar o que sinto.

Ligo-me ao teu corpo

e deslizamos suavemente

nesta aventura de sermos.

Amantes?



Certamente que o sinto;

as emoções não me largam

e eu prometo voltar

sem conseguir calar

qualquer palavra.

Voam as palavras

e os beijos são o instinto.