Os dias vão passando
- entre os dedos -
como areia;
são os búzios
que me trazem
- de vez em quando -
a tua voz;
audível e serena,
sobre a minha boca
que ainda sorri.
Enorme é a esperança.
Paula Raposo - Dezembro de 2010
Bom Ano de 2011 a todos os que me têm acompanhado nesta caminhada.
sexta-feira, 31 de dezembro de 2010
segunda-feira, 27 de dezembro de 2010
Dia
Um interminável dia:
poderei recordá-lo
e procurá-lo algures
onde ele sempre estará.
A voz doce
a sublime certeza
de querer.
A esperança do breve
futuro, a manhã suavizada
pelas tuas palavras.
poderei recordá-lo
e procurá-lo algures
onde ele sempre estará.
A voz doce
a sublime certeza
de querer.
A esperança do breve
futuro, a manhã suavizada
pelas tuas palavras.
quarta-feira, 22 de dezembro de 2010
As palavras
Não inventes palavras
que não sabes.
Nunca as saberás-
não as inventes-,
porque elas são firmes
e se diluem tão breves
quanto o canto se eleva.
As palavras são o que são.
Não inventes o que não sabes.
que não sabes.
Nunca as saberás-
não as inventes-,
porque elas são firmes
e se diluem tão breves
quanto o canto se eleva.
As palavras são o que são.
Não inventes o que não sabes.
domingo, 12 de dezembro de 2010
Boca
Os teus braços estão aqui.
Abraçam-me e estreitam nos meus
os caminhos que nos faltam,
as veredas que passaremos:
todos os fortuitos momentos
que irão ser só nossos.
Quando a boca tiver a doçura
e da minha e da tua
ser a nossa.
Abraçam-me e estreitam nos meus
os caminhos que nos faltam,
as veredas que passaremos:
todos os fortuitos momentos
que irão ser só nossos.
Quando a boca tiver a doçura
e da minha e da tua
ser a nossa.
terça-feira, 7 de dezembro de 2010
Tardando
A tarde ia longa
e tardava o amanhecer
(na escuridão),
pelas vielas sombrias
de um estado de espírito.
Resta - ainda e sempre -
a esperança;
o olhar sobre o mar
e o regresso da saudade.
e tardava o amanhecer
(na escuridão),
pelas vielas sombrias
de um estado de espírito.
Resta - ainda e sempre -
a esperança;
o olhar sobre o mar
e o regresso da saudade.
quarta-feira, 24 de novembro de 2010
Voltaste
Manhã, fruta fresca,
odor de uma voz.
Voltaste.
Lembro-me do dia
- subia a rua
e estava cansada -
que por ser diferente
aligeirou o meu passo.
Voltaste.
odor de uma voz.
Voltaste.
Lembro-me do dia
- subia a rua
e estava cansada -
que por ser diferente
aligeirou o meu passo.
Voltaste.
segunda-feira, 15 de novembro de 2010
Felicidade
Quando te dás conta:
esse não seria o caminho
- certo -
para a felicidade.
Por outro lado,
a felicidade não tem caminho;
a certeza não existe
e tu não sabes por onde vais(!)
Quando te dás conta
já não sabes de caminho algum
e a palavra felicidade
não faz parte - sequer -
do teu vocabulário.
esse não seria o caminho
- certo -
para a felicidade.
Por outro lado,
a felicidade não tem caminho;
a certeza não existe
e tu não sabes por onde vais(!)
Quando te dás conta
já não sabes de caminho algum
e a palavra felicidade
não faz parte - sequer -
do teu vocabulário.
terça-feira, 2 de novembro de 2010
Pássaros
Falaremos de pássaros.
A maré vaza e as histórias
ouvem-se na areia.
É um dia simples e azul
e as ondas ficam cada vez mais
doces à tua passagem.
Amar-te-ei sem motivo,
enquanto o sol se põe, ali, tão perto.
Mas são os pássaros que aplacarão
alguma dúvida:
voam de mim por ti.
A maré vaza e as histórias
ouvem-se na areia.
É um dia simples e azul
e as ondas ficam cada vez mais
doces à tua passagem.
Amar-te-ei sem motivo,
enquanto o sol se põe, ali, tão perto.
Mas são os pássaros que aplacarão
alguma dúvida:
voam de mim por ti.
segunda-feira, 1 de novembro de 2010
Agradecimento
Agradeço a todos os que puderam estar presentes no passado sábado na apresentação de mais um livro meu, 'o verbo ser', e a todos os que não estando, me enviaram mensagens de carinho e amizade.
Agradeço, igualmente, a quem tem mostrado interesse em ler-me e me tem pedido que lhes envie o livro.
Obrigada.
Agradeço, igualmente, a quem tem mostrado interesse em ler-me e me tem pedido que lhes envie o livro.
Obrigada.
segunda-feira, 18 de outubro de 2010
O verbo ser
É já no próximo sábado, dia 30, que será apresentado o meu livro de poemas 'o verbo ser': às 18h, no Café Restaurante Jardim do Lago, Av.do Lago, 407, no Monte Estoril.
Editado pela Apenas Livros, tem prefácio do Jorge Castro e será apresentado por ele.
Lá vos espero.
Editado pela Apenas Livros, tem prefácio do Jorge Castro e será apresentado por ele.
Lá vos espero.
sexta-feira, 15 de outubro de 2010
Melodia
As mãos. Soletram-se dedo a dedo.
Uma pauta e um piano:
vibram e tocam-se,
emanam do silêncio
as mais belas melodias.
Das mãos do teu olhar,
do teu poema de amor.
Como te encontrei tão tarde?
Como somos as nossas mãos?
E nós e a melodia?
Por onde andamos, afinal?
Uma pauta e um piano:
vibram e tocam-se,
emanam do silêncio
as mais belas melodias.
Das mãos do teu olhar,
do teu poema de amor.
Como te encontrei tão tarde?
Como somos as nossas mãos?
E nós e a melodia?
Por onde andamos, afinal?
quarta-feira, 6 de outubro de 2010
Aventura
Gostaria de me aventurar:
voar por aí fora
como se deixasse a vida
sem contratempos.
Voar com as asas que tenho
e sem destino ir
por aí fora:
um balanço diferente
do dia a dia,
da rotina,
do sempre esperado igual.
Voar: à aventura,
só; com as minhas asas.
voar por aí fora
como se deixasse a vida
sem contratempos.
Voar com as asas que tenho
e sem destino ir
por aí fora:
um balanço diferente
do dia a dia,
da rotina,
do sempre esperado igual.
Voar: à aventura,
só; com as minhas asas.
sábado, 2 de outubro de 2010
Gaivota
É necessário
um estado especial
para as palavras
poderem fluir
no papel.
É preciso beber da fonte
comer dos teus beijos,
lembrar algures
o algo de ser;
sentindo a fome
sobre a falésia
tendo - sempre e sempre -
uma gaivota por perto.
um estado especial
para as palavras
poderem fluir
no papel.
É preciso beber da fonte
comer dos teus beijos,
lembrar algures
o algo de ser;
sentindo a fome
sobre a falésia
tendo - sempre e sempre -
uma gaivota por perto.
segunda-feira, 20 de setembro de 2010
Atracção
Estas são as palavras
inventadas pelo caminho
e ilimitadas de esperança.
São as palavras que - ainda - sei;
que saiem da alma,
que podem - até - mergulhar
num abraço simples.
Não se perdem (as palavras);
estas são as minhas
que feitas de loucura
e vida,
transformam a tua leitura
- atraindo -
na minha felicidade.
inventadas pelo caminho
e ilimitadas de esperança.
São as palavras que - ainda - sei;
que saiem da alma,
que podem - até - mergulhar
num abraço simples.
Não se perdem (as palavras);
estas são as minhas
que feitas de loucura
e vida,
transformam a tua leitura
- atraindo -
na minha felicidade.
quinta-feira, 16 de setembro de 2010
Folhas em branco
Nunca temi as folhas em branco,
antes pelo contrário
- sempre -
elas exercem sobre mim
uma atracção inevitável:
tenho que as encher
de letras e pensamentos,
sonhos, empatias
ou desencontros;
falar da luz
e das cores da Vida.
As folhas em branco
soltam a minha adrenalina:
preencho-as
e - vagamente -
completo-me mais um pouco.
antes pelo contrário
- sempre -
elas exercem sobre mim
uma atracção inevitável:
tenho que as encher
de letras e pensamentos,
sonhos, empatias
ou desencontros;
falar da luz
e das cores da Vida.
As folhas em branco
soltam a minha adrenalina:
preencho-as
e - vagamente -
completo-me mais um pouco.
quinta-feira, 9 de setembro de 2010
Degraus
Galgo os degraus
a dois e dois
até à porta - ainda -
fechada.
Abre-se de rompante
e a penumbra envolve-me:
cheguei.
Não reconheço ninguém,
nenhum móvel,
nenhum cheiro.
Esta não é a minha casa.
Será?
a dois e dois
até à porta - ainda -
fechada.
Abre-se de rompante
e a penumbra envolve-me:
cheguei.
Não reconheço ninguém,
nenhum móvel,
nenhum cheiro.
Esta não é a minha casa.
Será?
quarta-feira, 1 de setembro de 2010
Sonho/som
Consigo ver-te.
Sinto-te.
O sonho é potente
e glorioso;
não se desfaz
- como as coisas -,
não morre.
Estás aqui e estarás.
Os teus olhos não mentem,
continuam luminosos
e vivos;
as palavras não - já -
se repetem:
têm o mesmo som azul de nós.
Sinto-te.
O sonho é potente
e glorioso;
não se desfaz
- como as coisas -,
não morre.
Estás aqui e estarás.
Os teus olhos não mentem,
continuam luminosos
e vivos;
as palavras não - já -
se repetem:
têm o mesmo som azul de nós.
terça-feira, 24 de agosto de 2010
Palavras verdes
As palavras ditas,
escritas, sonhadas,
partilhadas; são as palavras:
batem-se por um lugar
e o lugar não existe.
As palavras desfeitas,
feitas e refeitas
são só isso: palavras.
sentem-se, vivem-se
ou partem num abraço
sem foz.
Nós sentimos as palavras:
têm – por vezes - a luz do mar
e um verde simples – sempre -
de saudade.
escritas, sonhadas,
partilhadas; são as palavras:
batem-se por um lugar
e o lugar não existe.
As palavras desfeitas,
feitas e refeitas
são só isso: palavras.
sentem-se, vivem-se
ou partem num abraço
sem foz.
Nós sentimos as palavras:
têm – por vezes - a luz do mar
e um verde simples – sempre -
de saudade.
terça-feira, 17 de agosto de 2010
Chamar-te
Quando chamar-te
é o cheiro inesquecível
da maresia,
a voz sussurrante
de uma declaração de amor
e - ainda - a permanente
ousadia de te acompanhar;
chamar-te é o desespero
de não te conhecer
e de saber de ti
(algures perdido).
Quando não chamar-te
me equaciona
a imaginação e a proverbial
carta que não sei escrever:
será esta a chama redutora
do futuro?
Fevereiro de 2010
é o cheiro inesquecível
da maresia,
a voz sussurrante
de uma declaração de amor
e - ainda - a permanente
ousadia de te acompanhar;
chamar-te é o desespero
de não te conhecer
e de saber de ti
(algures perdido).
Quando não chamar-te
me equaciona
a imaginação e a proverbial
carta que não sei escrever:
será esta a chama redutora
do futuro?
Fevereiro de 2010
sexta-feira, 13 de agosto de 2010
O teu rio
É tarde.
Escurece.
Hoje já deixei uma palavra
no teu rio.
A memória levou-me até aí:
a água azul, transparente e refrescante
convidou-me a ficar.
Este é o nosso reencontro:
breve e doce do tempo que não restou.
Escurece.
Hoje já deixei uma palavra
no teu rio.
A memória levou-me até aí:
a água azul, transparente e refrescante
convidou-me a ficar.
Este é o nosso reencontro:
breve e doce do tempo que não restou.
segunda-feira, 9 de agosto de 2010
Eco
Canto amor o que dos
meus lábios não sai.
Música? Talvez.
Canto amor: o silêncio precoce
do eco;
a futura saudade de nada.
Triste, aventurada manhã
por nascer.
São aqui os meus braços;
a minha volta de mim.
meus lábios não sai.
Música? Talvez.
Canto amor: o silêncio precoce
do eco;
a futura saudade de nada.
Triste, aventurada manhã
por nascer.
São aqui os meus braços;
a minha volta de mim.
quarta-feira, 4 de agosto de 2010
Já
Ao longo do rio
revejo-me na frescura da água;
as montanhas emudecem
o eco que me falta
percorrer.
É a água pura e doce
que refresca o ar
que nos envolve - agora -
por dentro de nós;
esta água - de tão límpida -
transforma a ideia:
penso em voltar.
Já.
revejo-me na frescura da água;
as montanhas emudecem
o eco que me falta
percorrer.
É a água pura e doce
que refresca o ar
que nos envolve - agora -
por dentro de nós;
esta água - de tão límpida -
transforma a ideia:
penso em voltar.
Já.
sexta-feira, 30 de julho de 2010
Tanto
Tanto que queria dizer-te
(as palavras enrolam-se)
como as lágrimas do meu peito
ou como as memórias não se perderão.
Tanto que te queria dizer
e não sei; não saberei;
a vida é feita de bulícios
ou de simples coisas
(como a morte).
Tanto que eu queria abraçar-te
e sentir o teu cheiro quente,
o teu perfume doce
em dias de calmaria.
(as palavras enrolam-se)
como as lágrimas do meu peito
ou como as memórias não se perderão.
Tanto que te queria dizer
e não sei; não saberei;
a vida é feita de bulícios
ou de simples coisas
(como a morte).
Tanto que eu queria abraçar-te
e sentir o teu cheiro quente,
o teu perfume doce
em dias de calmaria.
terça-feira, 27 de julho de 2010
Regresso
Não me deixes terminar.
Terminar é aborrecido.
Aborrecido é o princípio.
Princípio é o fim.
Fim é não ser.
Ser é amar.
Amar é um regresso.
Eu regresso hoje.
Hoje não termino;
não me aborreço:
é o princípio.
O fim virá e deixará
o não ser, amar.
Regresso hoje:
não terminarei.
Terminar é aborrecido.
Aborrecido é o princípio.
Princípio é o fim.
Fim é não ser.
Ser é amar.
Amar é um regresso.
Eu regresso hoje.
Hoje não termino;
não me aborreço:
é o princípio.
O fim virá e deixará
o não ser, amar.
Regresso hoje:
não terminarei.
sexta-feira, 23 de julho de 2010
Guia
Se eu voltar do longo caminho
- um dia -
eu quero ser uma uma estrela
azul: tão azul quanto
os teus olhos, amor.
Quando eu voltar
- nesse dia -
ao cabo do longo caminho,
eu serei a tua estrela guia,
tão azul,
quanto os teus olhos
- ainda - de amor.
- um dia -
eu quero ser uma uma estrela
azul: tão azul quanto
os teus olhos, amor.
Quando eu voltar
- nesse dia -
ao cabo do longo caminho,
eu serei a tua estrela guia,
tão azul,
quanto os teus olhos
- ainda - de amor.
segunda-feira, 19 de julho de 2010
Voltaremos
Um dia voltaremos:
num corcel sem destino,
sem frases feitas,
sem saudades
e sem futuro.
Um dia voltaremos.
A tua voz será igual
(tão familiar),
mas o silêncio
não será o mesmo.
Voltaremos no dia
em que o decidirmos
-sem mágoa-,
por nós.
num corcel sem destino,
sem frases feitas,
sem saudades
e sem futuro.
Um dia voltaremos.
A tua voz será igual
(tão familiar),
mas o silêncio
não será o mesmo.
Voltaremos no dia
em que o decidirmos
-sem mágoa-,
por nós.
quinta-feira, 8 de julho de 2010
Talvez
O tempo esgueira-se
astusto e impenetrável
nos interstícios da vida:
nós o permitimos.
Aqui por ser hoje
-jamais-,
só corremos um risco:
ainda estamos
e talvez sejamos.
astusto e impenetrável
nos interstícios da vida:
nós o permitimos.
Aqui por ser hoje
-jamais-,
só corremos um risco:
ainda estamos
e talvez sejamos.
terça-feira, 22 de junho de 2010
O não belo
Um dia destes falo-te de amor
(não sei se sabes o que é),
ou falo-te do mar que é lindo
e do sol que destrói
o não belo de nós.
Um dia qualquer,
eu vou ter mesmo que te falar
de luz e cor,
de promessas e de futuro.
Terei que te falar
- um dia destes -
de nós.
Quer queiras ou não.
(não sei se sabes o que é),
ou falo-te do mar que é lindo
e do sol que destrói
o não belo de nós.
Um dia qualquer,
eu vou ter mesmo que te falar
de luz e cor,
de promessas e de futuro.
Terei que te falar
- um dia destes -
de nós.
Quer queiras ou não.
terça-feira, 15 de junho de 2010
Sem título
Quando o segundo se subdivide
e mesmo assim parece
um século,
a vida fica mais compacta
e não desliza;
a sensação de impotência
deixa, no ar, uma solidão
incompreensível
e um remoto descontrolo
dos sentidos.
Restam o tempo da memória
e as simples coincidências:
regressos do mar,
viagens que não ousamos
desejar,
ou a inevitável partida
de quem tanto amamos!
e mesmo assim parece
um século,
a vida fica mais compacta
e não desliza;
a sensação de impotência
deixa, no ar, uma solidão
incompreensível
e um remoto descontrolo
dos sentidos.
Restam o tempo da memória
e as simples coincidências:
regressos do mar,
viagens que não ousamos
desejar,
ou a inevitável partida
de quem tanto amamos!
sexta-feira, 4 de junho de 2010
Após
Este é o beijo de romã
que em cada poema te dei
(suculento e doce)
vindo da minha alma
semi conseguida,
semi perdida:
o beijo de romã
que um dia se multiplicou
e noutro dia reviveu,
feito espuma e grãos de areia.
A praia perfeita.
Tu. Eu.
Como iremos sobreviver
após o beijo?!
que em cada poema te dei
(suculento e doce)
vindo da minha alma
semi conseguida,
semi perdida:
o beijo de romã
que um dia se multiplicou
e noutro dia reviveu,
feito espuma e grãos de areia.
A praia perfeita.
Tu. Eu.
Como iremos sobreviver
após o beijo?!
quarta-feira, 26 de maio de 2010
quinta-feira, 15 de abril de 2010
Das tuas mãos
terça-feira, 6 de abril de 2010
Delírio
terça-feira, 30 de março de 2010
Respiração

Posso dizer-te num poema
a música já ouvida
do outro lado do mar
e posso contar-te
a minha ideia de poder
sentir a vida
em cada verso.
Eu - num poema -
poderei falar-te de tanto
e tu não saberás
entender de onde vem o som
da saudade;
nem (sequer)
procurarás ouvir
a tonalidade magoada
da tua própria respiração.
Foto minha.
segunda-feira, 22 de março de 2010
Pelos meus olhos

-Sabes por que vejo azul
nas tuas páginas?
Os teus poemas são feitos
de mim e de mim cantam
as tuas palavras.
-Sabes por que de azul
vestes os teus quadros?
As tuas pinturas são feitas
de mim e de mim cantam
os teus dedos.
De azul é a minha vida
(pelos meus olhos)
quando por ti chamo;
e tu - de azul -,
me respondes:
Amor.
Foto minha.
terça-feira, 16 de março de 2010
Falei?
sábado, 13 de março de 2010
Um nascimento
segunda-feira, 8 de março de 2010
Pedra

Diria que o arrepio
é de frio - está frio -,
mas eu penso
que o som da música
influencia este arrepio.
Não será frio,
talvez seja o calor
da lareira e o laranja
das chamas
a atrairem a minha atenção.
Arrepio-me, verdadeiramente,
como se o frio penetrasse
pela ponta de uma faca
- está frio -,
mas é o calor
que me arrepia
e me submete
à condição final
de pedra.
Foto minha.
quinta-feira, 4 de março de 2010
O Luís Gaspar e o Estúdio Raposa
Aqui vai o link para ouvirem 6 poemas meus, ditos pela voz inconfundível do Luís Gaspar!
Obrigada, Luís.
Poesia Erótica do Estúdio Raposa
Obrigada, Luís.
Poesia Erótica do Estúdio Raposa
sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010
sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010
Duplo sentido

Durante anos recordei.
Não sei quando esqueci.
Mas esqueci, isso eu sei.
Recordei milhões de sorrisos;
esqueci milhares de lágrimas;
quis provar o que não consegui;
mas esqueci-me de lembrar
o que não soube provar.
Este duplo sentido de estar,
sendo, querendo - quantas vezes -
acalma-me os sentidos
e absorve-me a loucura
na permanente ilusão de regressar.
Por isso, eu volto aos teus braços
- que pude esquecer -,
como uma ave perdida
que se reencontra no esquecimento.
Foto minha.
sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010
Ciclo
quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010
Chorando

Quando chorar
significa: aliviar a alma;
pensamos que sim.
Interrogamo-nos se vale a pena
- quem sabe - chorar por tão pouco.
E as lágrimas escorrem
macias e frescas pelo rosto
(inchado),
de outros choros não chorados.
-Vale a pena?
A resposta - se vier - será:
não.
Foto minha, tal como ultimamente.
Até já. Ver-nos-emos por aí. Talvez.
sábado, 30 de janeiro de 2010
Corpo
segunda-feira, 25 de janeiro de 2010
Palavras de Ouro
A partir de hoje podem ler 10 poemas meus na rubrica Palavras de Ouro, no Estúdio Raposa do Luís Gaspar.
Para tal basta procurar no índice pelo meu nome.
Foto minha.
quarta-feira, 20 de janeiro de 2010
Ao princípio
sexta-feira, 15 de janeiro de 2010
Impresente
Não me está a acontecer;
nada me está a acontecer.
Flutuo sem saber onde estou:
- Haveria de sabê-lo?
Pairo num intervalo
de um filme que não realizei,
uma cena que não encenei,
um diálogo que não interpretei.
Pergunto-me : - quem és?
Não obtenho resposta.
Mas eu sei que sou eu;
falta-me saber é :quem sou
e o que me acontece.
O impresente em forma de silêncio.
Foto minha.
domingo, 10 de janeiro de 2010
Ser Poeta
terça-feira, 5 de janeiro de 2010
A entrevista possível
Um dia destes foi-me proposto o desafio: entrevistar Fernando Pessoa.
Não mais do que 25 linhas.
"Entrevista a Fernando Pessoa
Anos 30 do século passado.
Ao fim de dois dias a trabalhar no jornal, foi-lhe destinado entrevistar Fernando Pessoa.
O pouco que lera dele (que não gostara) não augurava qualquer entrevista interessante.
Agastado e sem a mínima vontade de se encontrar com ele, não teve outra alternativa se não tentar formalizar a entrevista.
Encontrou-o à saída da Ginginha, no Rossio, eram 21h30m.
- Boa noite Sr. Fernando Pessoa, posso entrevistá-lo?
- Depende.
- É o meu trabalho e mandaram-me entrevistá-lo para o Jornal que sai às terceiras quintas feiras na zona do Estoril.
- E preparaste as perguntas, rapaz?
- Não. Não preparei.
- Queres que te diga porque o poeta é um fingidor?
- Não. Todos nós sabemos isso.
- Que te fale da minha infância? Da minha vida como tradutor de correspondência comercial?
- Não, Sr. Fernando Pessoa. Quero só que me responda porque é que a Poesia se opõe à própria Poesia?
- Para isso, rapaz, terás que me ler – no futuro – com afinco e obterás a resposta. Como já cá não estarei e tu tens que entregar esta entrevista no jornal, limita-te a dizer :hoje, Fernando Pessoa, não estava com vontade de responder a perguntas."
Foto minha.
sexta-feira, 1 de janeiro de 2010
Os momentos
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