terça-feira, 22 de julho de 2008

Súplica


Não me martirizes
com a tua presença
e da boca não profiras
o que não sentes.

Não me tortures
com a tua ausência
e do teu corpo
não emanes
esse aroma acidulado
do amor que não fizemos.

Não me magoes
com o teu olhar
e não me sorrias
(ainda)
pela última vez.


Foto: Gustavo Lebreiro

9 comentários:

Amaral disse...

Apenas para te dizer que estive nos teus (vários) espaços e...
parabéns por todo o teu trabalho, rico e variado!
... E o teu ar juvenil, criança que foste e és, vem dar uma cor mais humana a um conteúdo que já nos fascinava!...
Quem tem para dar... não resiste a oferecer tudo... a toda a gente...

Anónimo disse...

não podia concordar mais com estas palavras
a dor do (não) amor

wind disse...

Doloroso.
Beijos

A. João Soares disse...

Minha querida,
Não gostas mesmo desse ser: Nem a presença, nem a ausência te agradam. Indecisão como a do tolo no meio da ponte?
Vê se tens juízo e não sejas tão exigente que, no fim, ficas de mãos vazias. Escolher não é fácil, mas para ser eficaz tem de ser entre as possibilidades reais.
Ai, estava esquecido de que é poesia e é preciso dramatizar as pequenas indecisões, para afastar os maus fantasmas.
Continua a falar dos sentimentos profundos em que a paixão convive com a dúvida. Assim se fazem bons poemas como este.

Beijos
João

poetaeusou . . . disse...

*
imploro . . .
,
jinos
,
*

peciscas disse...

Que força que tem esta súplica.

Ray Gonçalves Mélo disse...

Paula,
Lindo com um imenso cheiro de saudades.....
Beijos.
Ray

xistosa, josé torres disse...

Sou homem.
Não aceito a súplica.
Penso-a como uma submissão, ou um pedido de protecção.

Aqui é um poema, pode ser uma súplica ao sol.
Que não abrase, não se ausente, não se demita da sua função de nos reproduzir.

Poesia Portuguesa disse...

O sentimento da dor e da ausência... num poema que comove.

Um abraço carinhoso ;)