sábado, 19 de julho de 2008

Nua

Hoje despi o vestido
das ocasiões solenes
(aquele do outro dia)
com folhos
e fiquei nua.

A ocasião não é solene.

Não se trata de baptizado
casamento
divórcio
ou funeral.

É um vulgar momento
de ocasião não solene
por isso vulgar
de simples espectadora
(nua)
...

5 comentários:

wind disse...

E como é bom olharmos para nós nuas e gostarmos do que vemos:)

lena disse...

é tão bom ter essa sensação...


passa leio-te e vou encantada


abraço-te sempre com carinho, querida e doce Poeta


lena

Unknown disse...

O poema da nudez: tiveste coragem.
Ou melhor: frontalidade.
O gosto da nudez.
O gosto de te veres assim, nua.
Mas seria necessário dizê-lo aos outros, já que cenário tâo íntimo?
Não sei. Não sou tu. Não posso dizê-lo.
Mas a tua nudez é alegre ou é triste?
É nudez só do corpo, ou da alma?
Há aqui no poema uma zona cinzenta.
Acho que o poema é triste e que a nudez merecia mais.
Merecia um poema mais cantante.
Mas quem sou para mandar bocas sobre o que tu escreves, poetisa de talento que admiro?
Olha, não ligues. Só escrevi isto porque a nudez que admiro, a do universo, a do mundo, a da Mulher, a da Vida, é uma deusa em cujo travesseiro gosto de colocar minha cabeça. E, ao fazê-lo, na leitura do teu poema, achei que o mesmo estava triste e tinha lágrimas.
Mas pronto, mesmo assim é bela, a nudez.
Faltou um pouco de luz.
Se calhar, a lua estava coberta por alguma nuvem.
As nuvens são uma chatice.

Eduardo Aleixo

xistosa, josé torres disse...

É quando nos sentimos mais pesados, quando estamos nus.
Por que será?
No entanto é quando deslizamos melhor, naqueles ocasiões solenes, em que nadamos no mar ou no rio.

(Não é uma solenidade?
Uma sensação de liberdade!
Acredita que foi há 4 anos, em pleno Mediterrâneo que eu a minha mulher tomámos banho nus?
Não, não era numa praia de nudistas, eram cerca da 7h30m da manhã e o mar era um lago ... afastámo-nos e deslizámos como viemos ao mundo, só que um pouco mais velhos ...
Os corredores que passavam na areia nem sonhavam na felicidade dos peixes ...)

Eu sempre o fiz. quando tinha que atravessar o Rio Minho, há 40 e tal anos, com as roupas à cabeça ... à procura ... nem sei de quê.
Ou na ilha de Tavira ...

Será que há medida que se envelhece, também se enlouquece?
Nuns manifesta-se, noutros mantém-se encoberta.

João Videira Santos disse...

Não sei se o momento era solene mas...despiste a palavra na tua nudez!