terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Destroços


Antigamente
os verbos
eram conjugados
no futuro,
todos os sonhos
seriam concretos,
mas mais tarde
os verbos
já não se conjugam,
eles desaparecem
e vão desaguar
muito longe,
onde o futuro
não existe mais.


Foto: Viajantis

31 comentários:

Viajantis disse...

....e os sonhos cairam por terra...

Fenix disse...

Não podemos, NUNCA, desistir dos SONHOS!
Como alguém disse: "Os sonhos não têm prazo de validade"

Beijo
BOM ANO

Obrigada por me "seguires"

Maria Clarinda disse...

E assim era...mas alguém se lembrou um dia de tudo estragar...e eles voaram...será que um dia os poderemos reencontrar?
Lindo!!!!!
Jinhos de ternura.

xistosa, josé torres disse...

Talvez laboremos no erro de querermos mais do que merecemos.

Deixemos o futuro e conjuguemos o presente.

(não tenho vergonha, já nem sei como se chamam os tempos de conjugação de verbos. O presente do indicativo, o pretérito mais-que-perfeito, o condicional, o futuro, o ... tudo mudou, mas eu fiquei ... não me arrependo, era o que faltava ter que aprender ao contrário o que aprendi direito!!!
Ou será ao contrário???)

Um bom ano, cheio de tudo o que anseia ...

© Piedade Araújo Sol (Pity) disse...

nostalgia e um certo desalento neste poema, no entanto, denota também uma certa realidade...ou será saudade?! tudo isso num todo...

beij

pessoana disse...

Gosto deste regresso ao futuro passado.:-)
Obrigada pelas simpáticas visitas!

Aníbal Duarte Raposo disse...

Bonita poesia. Sinto o mesmo quando olho para algumas casas abandonadas. Alí se construiram e viveram sonhos. Alí se projectou o futuro. É muito nostálgico.

Júlia Coutinho disse...

Porque o presente é o que importa...
Gostei muito deste poema (como de tudo que escreves)
Beijos e Bom Ano!

Carla disse...

sem sonhos...é apenas o vazio!
triste esse futuro sem conjugação
beijos e um bom ano

João Videira Santos disse...

Nas tuas romãs, a minha romã em dia de reis...(da palavra!)

Beijo

Justine disse...

Têm de restar alguns sonhos, para que os verbos voltem a ser conjugados. No presente!

Aprendiz de Poeta disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
wind disse...

Triste.
Beijos

Je Vois La Vie en Vert disse...

Pois é... as pessoas agora querem tudo NA HORA e o futuro, então ?

Eu vivo HOJE ,tendo ou não tendo aquilo que desejo mas não quero dizer que não tenha sonhos e desejos para o futuro !

Hoje é dia dos reis e li que a tradição em Espanha é oferecer romãs. Posso colher uma par ir retirando os grão e fazendo pedidos para o futuro ?

Beijocas verdinhas, minha Amiga !

tulipa disse...

Olá Paula
acabei de fazer novo post sobre o momento que a Tânia atravessa. A m/irmã foi para lá, para a visita das 12h 30m e encontrou a filha muito pior; então, a equipa médica reuniu e tem estado a decidir o que fazer, para poder salvar a Tânia. A m/irmã continua lá, à espera da decisão, se sobem para o bloco operatório ou não.
Nestes momentos cruciais a vida da Tânia está nas mãos dos profissionais que a acompanham.
Hoje, dia de reis, quero acreditar que o melhor será decidido.
O incenso pode representar a fé, pois o incenso é usado nos templos para simbolizar a oração que chega a Deus assim como a fumaça sobe ao céu (Salmos 141:2).
Beijos.

Fá menor disse...

E é uma pena imensa quando assim é!
Mas não deixemos de nos alimentar de sonhos!

Beijinhos

Nilson Barcelli disse...

Todos temos referências de destroços mais ou menos ligados a nós próprios. Fazem parte da vida porque nada (ou quase) é imutável.
E, nesse sentido, os destroços não têm futuro, a menos que haja uma reconstrução, nem sempre possível.
Mas há muitos destroços recuperáveis...
Gostei do teu poema. É bom e dá para tecer inúmeras considerações acerca do seu conteúdo.
A casa parece-me familiar, é engraçado... mas, pensando bem, é um tipo de arquitectura que marcou uma época em todo o país.
Beijo.

peciscas disse...

Podem desaguar noutro sítio.
Mas os sonhos hão-de estar por aí, algures. A gente , mais tarde ou mais cedo, vai acabar por descobrir onde.

BC disse...

Vi um comentário seu algures, e resolvi vir visitá-la.
Gostei muito do poema, se quiser passar pelo meu espaço, gostaria.
Abraço
Isabel

mfc disse...

Esqueceu-se a linda gramática da felicidade!

FERNANDINHA & POEMAS disse...

Querida Paula, que seria de nós sem sonhos... E sempre lutando para que esses sonhos se tronem realidade... É o meu lema...!
Um abraço de enorme carinho,
Fernandinha

Graça Pires disse...

Não desistir dos sonhos, mesmo que só os encontremos nos destroços do que desabou sobre nós. O futuro é hoje. Um beijo Paula.

Vício disse...

agora são conjugados no condicional!

Anónimo disse...

O que sobrou de nós mesmos

Desistir dos nossos sonhos é desistir de nós mesmos.

Beijos

Unknown disse...

Compreendo-te tão bem. Essa casa é um símbolo. O teu poema fala pela casa. Também eu um dia postei sobre uma casa assim, na Beira. As pedras falam. A nossa alma repete apenas a voz das pedras. Sim, o somho existe. Mas do que falas é de os sonhos verem morrer as casas onde nasceram como sonhos. As casas choram e nós tanbém, com os nossos sonhos a olharem para nós. Os sonhos existem, estão vivos e hão-de estar, mas as casas, não. E podiam ficar. Para os sonhos dormirem dentro delas. Mas os tempos mudaram. Mudaram mal. Porque não falaram com os sonhos. Os sonhos têm razão. Esta sociedade não merece que falemos nisto em voz alta. Não percebe. As casas são cifrões para muita gente. Para cada vez mais gente. Porque a linguagem não é a dos sonhos. É a do poder. A linguagem dos sonhos é o choro das pedras. Das casa moribundas. Mas estou-me a repetir. Que se salvem os sonhos. Têm sempre tecto. De luxo. Debaixo das estrelas. Ao som dos regatos. O resto, não interessa. Pega nos sonhos. Eles têm sempre as casas vivas nos seus corações. E só os corações interessam.
Bom ano, amiga Paula. E desculpa o palavreado, embora meigo e sincero, sobre os sonhos e as casas, onde, afinal, eles vivem, como crianças, com casas na memória.
Eduardo

Cadinho RoCo disse...

O tempo dos verbos carrega consigo muita ilusão.
Cadinho RoCo

Rita Galante disse...

Não será melhor passarmos a conjugar os sonhos no presente do indicativo...?

Fico feliz por ver que concentraste a tua excelente contribuição ao mundo virtual em dois blogs apenas e que um deles é o meu predilecto - "As Minhas Romãs"... sim, também são "minhas"...hihihi.

Cubro-te de luzinhas douradas e rosas... Paulinha!

Beijinhos de Amor e Luz

Visite www.arteautismo.com disse...

Paula , amei a indicação do site de Filipe nos seus blogs .
Fui no seu outro blog " Por ti...com os meus olhos " que só pelo nome já é uma poesia. Lindo...
Agora entendo de onde vem tanta inspiração e criatividade! Voce, Paula é um poço de bondade, ternura, solidariedade e amor, por isso brotas de ti estas lindas poesias.
Obrigada amiga por esta ajuda, por este abraço além mar que vem com gosto de muita força.
Por mim e Filipe , poeta querida , OBRIGADA!!!
Mil beijos de Brasil para ti.
Ray

xistosa, josé torres disse...

Por isso o futuro foi ontem, que antigamente já foi há muito tempo.
Já quase nem há verbos. Tudo é banal.

De Amor e de Terra disse...

Olá Paula.
É bem verdade que o FUTURO,o nosso, já não se escreve em verbos longínquos; nesses escrevemos mais o PASSADO, enquanto que noutros, mais soprados, o PRESENTE; todavia, sempre, até à partida, podemos escrever AMANHÃ!

Beijos

Maria Mamede

jawaa disse...

Como sabes legendar tão bem as fotos que editas aqui!
Um abraço e obrigada pelas visitas. Pareço indelicada, mas 2009 tem sido pouco generoso para mim e o tempo é cada vez menor para andar por aqui.
Beijinho