sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Regresso


Tornas-te um inóspito
esconderijo
na montanha,
um arbusto derrubado
pela ventania,
tornas-te palavra
indesejada e
nuvem ameaçadora
e lembras-me
um tecido antigo
traçado
e bafiento
que pernoita
invulgar
e insensível
no baú dos antepassados...


Foto repetida: Viajantis

12 comentários:

Graça Pires disse...

Tornar-se um esconderijo
na montanha. Um arbusto derrubado
pela ventania. A palavra
indesejada.... Muita sensibilidade e tristeza neste belo poema Paula.
Um beijo.

mfc disse...

Afasta-te desse esconderijo.

wind disse...

Deixa o baú dos antepassados.
Beijos

Paula Raposo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anónimo disse...

Olá minha querida Paulinha!

Obrigada pelo teu "Regresso" ao meu cantinho... Fiquei muito feliz.

Já sentia que eras linda e, agora, tive a certeza... a sombra de uma borboleta veio me sussurar ao ouvido coisas lindas sobre ti hihihi...

Fico feliz por começares a descobrir a tua verdadeira essência... E um dos grandes objectivos é fecharmos o nosso passado... Arrumamo-lo num baú e não o abrimos mais. De nada serve ficarmos "presos" ao que já passou... E, igualmente, de nada serve vivermos antecipadamente um futuro que há de vir... Não. É preciso mesmo vivermos o presente, porque este é que é mesmo um "presente", uma oferta do Universo.

Voltarei mais vezes para te deixar mais luzinhas... Gosto muito de todos os teus blog, mas este, de nome romã, diz-me muito... porque "romã" ao contrário é igual a "Amor".

Beijinhos de Amor, Paz e Luz!

A. João Soares disse...

A desilusão, desconforto, desalento bem espelhados neste poema de dor e angústia, ou talvez de alívio!
Beijos
João

Odele Souza disse...

Que a ventania que derrubou o arbusto, se transforme numa suave brisa a acariciar teu coração.

Um carinhoso abraço.

Fá menor disse...

A traça rompe o tecido e a palavra indesejada pode igualmente causar a ruptura entre quem a ouve e quem a profere...
é melhor prevenir que tais aconteçam!

Bom fim-de-semana

Beijinhos

PreDatado disse...

Quase sempre temos duas possibilidades nestas circunstãncias ou o desprezo e o esquecimento ou o baú das coisas passadas onde, caso mereça, pode vir a ser repescado.

Viajantis disse...

E assim passa para o lado do passado...no bau das memorias que alimentam a ess~encia do que somos hoje.

Amaral disse...

Concordo com a Wind!
Que baú desacolhedor!...
Uma nuvem ameaçadora traz quase sempre chuvada... Mas uma chuvada é sempre necessária...
Agora... este tecido bafiento...

xistosa, josé torres disse...

No baú onde pernoita o passado não devemos mexer ou remexer ...
Temos o hoje.
Vivamo-lo!
talvez venha um amanhã.