A palavra abre-se
no grito
e fecha-se
no silêncio
como se fosse
a noite diferente
e pega-se na caneta
e escreve-se
desenha-se
ama-se
e perde-se
solitária
rotunda
em volta de si mesma.
domingo, 30 de novembro de 2008
quinta-feira, 27 de novembro de 2008
Os meus olhos

A lua cheia de mistério
envolve-nos a noite de côr
e é o verde dos meus olhos
que arde nas tuas mãos
pousadas sobre o papel
e é a tinta escolhida por ti
que me marca os sentidos
na tela...
Foto repetida: Viajantis
terça-feira, 25 de novembro de 2008
domingo, 23 de novembro de 2008
A propósito de ontem
Ontem.
22 Novembro de 2008.
22 olhares sobre 12 palavras.
Um livro belíssimo.
Como podemos falar...tanto e tão diferente.
Emoção. Sentimento. A vida.
Porque vale a pena estar aqui.
Para ver o slide show visita o http://22olhares.blogspot.com.
Vale a pena.
Só não aparecem as lágrimas e o gozo de conhecer em pessoa quem não se conhecia.
Obrigada.
22 Novembro de 2008.
22 olhares sobre 12 palavras.
Um livro belíssimo.
Como podemos falar...tanto e tão diferente.
Emoção. Sentimento. A vida.
Porque vale a pena estar aqui.
Para ver o slide show visita o http://22olhares.blogspot.com.
Vale a pena.
Só não aparecem as lágrimas e o gozo de conhecer em pessoa quem não se conhecia.
Obrigada.
quinta-feira, 20 de novembro de 2008
O livro '22 olhares sobre 12 palavras'
Espaço

A voz permanece
num ponto imaginário
como se entre mim
e ti não existisse espaço
e o tempo não fizesse
a mínima diferença.
O sorriso obliqua-se
como que querendo
transgredir
o não espaço que
existe entre nós
e abafa-me
a certeza
incontornável
da tua morte,
quando a espuma do mar
me cala a saudade.
Foto repetida: Viajantis
terça-feira, 18 de novembro de 2008
Nevou este Verão
Este Verão nevou.
Quando cheguei
já a neve derretia
nas calçadas
e disseram-me
que tinha nevado
muitos dias e noites
e que fazia muito frio
na rua.
As lareiras em casa
mantiveram os ambientes
aquecidos
enquanto nevava
não se sabe porquê
mas nevou este Verão!
O Verão do meu regresso.
Quando cheguei
já a neve derretia
nas calçadas
e disseram-me
que tinha nevado
muitos dias e noites
e que fazia muito frio
na rua.
As lareiras em casa
mantiveram os ambientes
aquecidos
enquanto nevava
não se sabe porquê
mas nevou este Verão!
O Verão do meu regresso.
domingo, 16 de novembro de 2008
Desentendimento

Puro engano.
Erro de cálculo.
Aritmética, álgebra
ou matemática.
Provável desígnio,
intenção não calculada,
falhas em todo o sistema.
Incalculável absurdo,
o disparate unilateral
do ser humano.
Erro de cálculo.
Miopia,
falta de perspicácia.
Assim se deitam
as noite mal dormidas
e acordam
os dias mal sonhados.
Foto: Viajantis
sexta-feira, 14 de novembro de 2008
Poema de desencanto

Quero lá saber
se as palavras
se digladiam,
se se matam,
ou se transformam,
eu quero lá saber
o que lhes acontece.
Quero que as palavras
façam o que bem
entenderem,
seja lá o que seja,
as palavras
que se metam
em confusões
ou se traiam,
eu não quero saber.
Seja lá o que elas façam,
eu nunca as poderei cantar.
E muito menos
as saberei ver.
Foto: Viajantis
quarta-feira, 12 de novembro de 2008
Esquecer

Esquecer pode ser omitir
ou perder a sensibilidade,
esquecer-se pode ser
meditar nalguma coisa,
abstraindo tudo o resto
e como lembrar
é recordar-se,
sugerir ou vir à memória,
eu omito a tua presença,
perco a faculdade
de sentir,
lembro-me e esqueço
medito e abstraio-me
de ti,
deixando o verbo
para outra altura,
quando lembrar
fôr esquecer...
Foto: Viajantis
segunda-feira, 10 de novembro de 2008
quinta-feira, 6 de novembro de 2008
Apenas folhas outonais...
Estas folhas foram-me oferecidas esta manhã pela minha querida Amiga Maria Clarinda que além de escrever também fotografa maravilhosamente...
Muito obrigada.
Com este gesto mostras-me que a Amizade existe.
terça-feira, 4 de novembro de 2008
Às vezes

Gosto de escrever poemas pequenos, sintéticos.
Desta vez, não foi assim e gostei muito de o escrever.
Às vezes perco-me
nas consoantes
e apaixono-me perdidamente
por vogais
que se entrelaçam
no bico do lápis
e desarrumam
as linhas
do pensamento.
Outras vezes
convoco os verbos
e derrubo as preposições
acalmando os ânimos
das mãos
e espalhando os estilhaços
da irregularidade.
De vez em quando
os adjectivos
não comparecem
e os advérbios
foram ver o mar
e apagá-los é simples
mas doloroso
e portanto eu às vezes
escrevo e não escrevo
e finjo que me perco
e não convoco,
não acalmo
e não apanho os fragmentos
das palavras mortas.
Também não compareço
porque talvez tenha
ido ver o mar
e apago uma a uma
as surdas sensações
de escrever o desatino
e deslizo no impulso
de momentaneamente
perder o olfacto
do poema...
Foto: Viajantis
segunda-feira, 3 de novembro de 2008
Monotonia

Falar de amor é monótono.
Escrevê-lo é perder tempo.
Perco tempo.
Monotonia.
Falar de ti é falar de amor.
Escrever-te é perder tempo.
Perco tempo.
Falo de amor.
É monótono falar de ti.
Escrever àcerca de ti
é uma perda de tempo.
Eu escrevo sobre ti.
Monotonia.
Eu falo-te de amor.
Eu escrevo-te com amor.
Perdemos tempo.
Somos monótonos
e falamos e escrevemos
e é de amor que o tempo
se perde...
em monotonia.
Foto: Viajantis
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