quinta-feira, 19 de março de 2009
Transitório
No teu acalento
persegues a minha solidão
e trazes-me à tona
toda a ternura
de um ser humano
quase pronto
a afogar-se
no rio indistinto
ou no afluente
lamacento
e é nesse martírio
transitório
que tu te renovas
e me surpreendes
com a saudade
confessada
sobre a minha ausência.
Escrito a 24 de Fevereiro de 2009, ao final do dia...
Foto: Maria Clarinda
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34 comentários:
Perfeito!!!!!
Beijinhos,
Ana Martins
nos primeiros tempos em que comecei a mostrar os meus poemas aos colegas de escola nos intervalos das aulas, havia um rapaz com quem eu tinha mais confidências, que me dizia que era muito importante datar os poemas, escrever o nome e a hora para um dia mais tarde reler e situar aquelas palavras naquele momento. não pude deixar de sorrir ao ler em nota de rodapé no teu poema, que o escreveste ao final do dia, pois sinto que há palavras que têm tempos e não podem ser escritas noutra altura... um beijinho :)
Ao final do dia... começo da solidão... tempo da saudade...
Transitoriamente, vem à tona aquela ternura que ameaça afogar-se. Consequência duma ausência confessada...
Verdade o que disse Alice,importante datar (coisa que eu mesma sempre esqueço)porque as palavras servem para momentos especiais, e fora desse contexto, as vezes não fazem sentido. Mas solidão é universal, e em certos momentos do dia ela sempre surgirá.
Beijo
Tão lindo.
(só pode ser da alma, ter sempre um poema todos os dias)
a aterradora curva da solidão.
A beleza de nos deixarmos levar pelas águas, límpidas ou lamacentas ...
A vida tem essas duas faces, a da saudade e a da ausência.
Porque a presença já não nos deixa pensar ...
(...)e é nesse martírio
transitório
que tu te renovas
e me surpreendes
com a saudade
confessada
sobre a minha ausência.
Lindo, e concordo plenamente com a Alice sobre a data e hora embaixo do poema...
Jinhos muitos
É lindo.
Vai ao meu blogue, que há lá uma surpresa.
Beijinhos.
Eduardo
Bonito e triste.
Beijos
Belo!
Bjinhos
MINHA QUERIDA AMIGA SÓ UMA PALAVRA... SUBLIME... UM ABRAÇO DO CORAÇÃO...
FERNANDINHA
Não te afogues, querida amiga Paula, porque gosto de ti e não te quero perder !
Beijinhos verdinhos
Texto arrebatador...como tu...
Doce beijo
A solidão pode ser povoada por agradáveis , embora melancólicas, surpresas...
Paula,
Fim do dia. Costuma ser a hora em que os poetas e as poetizas se inquietam. Lindo.
Beijos
Hoje só estou passando para desejar um feliz dia do blogueiro,
com um final de semana cheio de amor e esperança.
Aproveito para deixar um lindo poema de Mário Quintana
Amar: Fechei os olhos para não te ver e a
minha boca para não dizer...
E dos meus olhos fechados
desceram lágrimas que não enxuguei,
e da minha boca fechada
nasceram sussurros e palavras mudas que te dediquei....
O amor é quando a gente mora um no outro.
(Mário Quintana)
Parabéns... e aqui eu fechei os olhos e a solidão não vim encontrar porque a solidão não existe somos nós que a criamos...
beijinho
Um gesto apenas, ou uma palavra, basta para que consigamos vencer a tempestade!
Lindíssimo!
E muito bela também, a imagem.
Bom fim de semana.
Beijinhos
Mariazita
A Maria Clarinda tem te provido de fotos de grande nível para acompanhar as tuas maravilhosas poesias.
Gostei do Poema,das imagens.
Mas hoje passei para dar os Parabéns pelos anos de casados dos teus Pais e pelo aniversário de tua Mãe.Dia muito Feliz.
Vou querer o teu livro.
Beijo.
isa.
os meus olhos falam por mim
que me escondo para que não mos leiam
a confissão estampada no brilho
nas gotas
a confissão presa por um fio
de água salgada
prendo-a
cai num fechar de olhos
rebenta-se
em múltiplas saudades
múltiplas recordações
porque um fio
não sustenta o peso de um amor
não um qualquer amor
o meu
que se faz aragem
ventania
tempestade
o meu
que se faz charco
rio
mar
beijo, paula
Muito grata pelas tuas amáveis visitas. Feliz dia da Poesia.
Um beijo.
Olá Paula
O meu Obrigado pela passagem pelo meu Blog...
Quanto ao teu poema adorei, é lindissimo!!!
Acabadinha de nascer, como se nota, espero encontrar-te por cá muitas vezes.
Bom Fim de Semana
Beijos
Isabucha
Ah! Porque bates a porta outra vez de meus sentimento.Havia guardado dentro da caixa, na gaveta do congelador.
É preciso trocar de endereço.
Aff! isso acontece do lado de cá.
Bj
Tema incontronàvel..já é o terceiro post que fala saúdade.
Apreciei. Voltarei pelo livro.
Beijo
A saudade que afoga...
mas te deixes afogar por ela.
Contorna o rio... ou o afluente. Ou aprende a nadar!
Bom domingo
Beijo
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"...saudades confessada da ausência..."
Quando existe amor entre as pessoas, nada, deveria ter o poder de separá-las... Infelizmente, não é assim.
Lindo e triste poema de amor...
Beijos no coração!
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Paula,
já passam 0:29 do dia da POESIA!
mas 'ELA MORA SEMPRE AQUI!
deixo um raminho de frésias frescas e o meu sorriso :)
mariam
Escrito naquela hora em que a inquietação nos visita. Um belo poema, Paula, e uma linda foto da Clarinda. **
Parabéns pelo dia de ontem Poetisa Paula Raposo :)
Todas as renovações trazem momentos (felizmente) transitórios de martírio, de quase afogamento, de saudade...
Mas inspiram também ternura, amizade e muitos outros sentimentos positivos por parte de quem gosta do ser em renovação.
Mais uma vez cheio de significado e segundos sentidos que em conjunto a fotografia, magistralmente selecionada para ilustrar este poema, o tornam belo e cheio de força!
Beijinhos
São
há palavras que têm um momento, mas há momentos que são para sempre
beijos
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