quarta-feira, 22 de julho de 2009
É tarde
Já se faz tarde.
Não que a chegada da noite
tenha algo a ver
com o fazer-se tarde.
Durante o dia, quando o sol
ainda nos aquece
também se faz tarde.
Muito tarde.
Inclemente e vago
o sonho persiste
mesmo na tarde
que tarde se faz.
E tanto se faz tarde
que não tarda
a imagem vazia
proclama vitória
na tardia saudade
de uma vaga tarde.
E...já se faz tarde.
Foto: Mário Galante
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35 comentários:
Deixáste-me absolutamente sem palavras, Paula! Adoro o brincar com as palavras...que deu esta maravilha de poema!!!!
Jhs
Lindo e encantador teu poema!beijos,chica
Paula,
Pode para o amor já se fazer tarde, mas nunca se faz tarde para se amar de novo.
Beijinhos.
Nunca é tarde para te dizer quão bonitas são as tardes de quem assim pensa!
Beijinho Paola
Li, reli e adorei ler este teu poema mesmo que tão tardiamente!
Beijinhos,
Ana Martins
Paula:
Que lindo poema, que maravilhoso jogo de palavras!
Só posso dizer: Obrigada por esta partilha.
Beijo
Olá Paula
Amei a forma como jogaste com as palavras!
Nunca é tarde para se amar de novo!
Adorei o poema. Li-o e reli-o!
Parabéns!
Bjs.
Tarde ou cedo,
Que verdade
Diz,
Ou sabe
A palavra,
Do segredo?
"Era a tarde mais longa de todas as tardes que me acontecia
Eu esperava por ti, tu não vinhas, tardavas e eu entardecia
Era tarde, tão tarde, que a boca, tardando-lhe o beijo, mordia
Quando à boca da noite surgiste na tarde tal rosa tardia
Quando nós nos olhámos tardámos no beijo que a boca pedia
E na tarde ficámos unidos ardendo na luz que morria
Em nós dois nessa tarde em que tanto tardaste o sol amanhecia
Era tarde de mais para haver outra noite, para haver outro dia"
um beijo grande :-)
"Era a tarde mais longa de todas as tardes que me acontecia
Eu esperava por ti, tu não vinhas, tardavas e eu entardecia
Era tarde, tão tarde, que a boca, tardando-lhe o beijo, mordia
Quando à boca da noite surgiste na tarde tal rosa tardia
Quando nós nos olhámos tardámos no beijo que a boca pedia
E na tarde ficámos unidos ardendo na luz que morria
Em nós dois nessa tarde em que tanto tardaste o sol amanhecia
Era tarde de mais para haver outra noite, para haver outro dia"
um beijo grande :-)
...e tarde se fez!
apenas não se fez tarde para a leitura destas palavras que me lembram tanto a "Estrela da tarde" de Ary dos Santos, com o teu toque tão intenso e pessoal
beijo
Paula
Há sonhos que se atardam connosco e para eles nunca é tarde...
:)
Beijos
Ana
E esta é noção de tempo que às vezes no vai fazendo andar às pressas. Mas o tempo, esse, é implacável.
...mesmo que não seja tarde.
Gostei!
abraços!
www.tintapermanente.com
Oi Paula, é por isso que és esta grande escritora.
Sabes nos tocar e tirar palavras que só nos cabe dentro do coração!
E nos vemos cumplices das tuas palavras.....
Amei tanta profundidade e exatidão......
Beijos saudosos de ti querida.
Ray
Concordo contigo querida Paula.
Às vezes " Durante o dia, quando o sol/ ainda nos aquece/ também se faz tarde."
Deixamos passar o tempo e...faz-se tarde.
Deixas a alma nas palavras. Lindo.
Bji amigo
Amiga,
Nunca é tarde para falar da tarde mesmo se se faz tarde !
Não cheguei tade demais ?
Beijinhos
Verdinha
Palavras em trocadilho, fazendo tão belo poema! Mas nunca se faz tarde demais, a felicidade tarda, mas não falha...
beijos
o tarde, ou fora de tempo, esta na nossa forma de ver as coisas....nunca é tarde para dizer o que nao se disse....será?
Belíssimo poema, Paula. Não há mais nada a dizer, senão ler e reler e tornar a ler...
trocadilho de palavras que até fazem sentido.
e saiu poema!
beij
Gostei do trocadilho e do sentido do poema.
Beijos
Tem um ritmo e um sentido este tocadilho das palavras.
bjs
"nunca é tarde para se dizer o que não se disse..."
Fabuloso!!!
Nunca é tarde para voltar a amar!!!Basta querer...e acreditar...
Beijos
Mas nunca é tarde para te dizer que escreves excelente poesia, de que este magnífico poema é exemplo.
Parabéns querida amiga, a tua poesia continua em alta...
Bom fim de semana, beijo.
Paula,
Esse sentimento que existe na sua poesia é muito gostoso de ser lido.
Adorei!
Beijo grande, menina linda.
Rebeca
-
Nunca é tarde
mesmo para uma vaga
Este poema fez-me logo chegar à memória o poema que está na origem de uma canção que considero uma das mais belas da música portuguesa e que é a "Estrela da Tarde".
Principalmente quando diz:
Meu amor não é tarde nem cedo
para quem se quer tanto
Paula,
O poema é belissimo. Da sua leitura poderemos tirar várias interpretações. A que mais tem a ver com a minha forma de pensar é que: mesmo tarde no tempo, jamais será tarde para começar.
Um beijinho,
Maria Emília
era tarde! parecia-me demasiado tarde para tentar amanhecer-me. anoiteci de janela aberta às estrelas.
olhei-as no seu esfumado manto, um fumo levemente esbranquiçado a perder-se no breu.
aquela calmaria invadiu a minha solidão, moldou-me suavemente a forma dos sonhos. numa corrida apressada passou um raio de luz que se despenhou no nada... em silêncio. a morte foi rápida, bela, sem gritos de dor. foi uma morte assistida. um finar apoteótico, com milhares de olhos postos naquela partida. uma aparente indiferença ao adeus dito pela última vez, o derradeiro adeus.
quando é demasiado atrde resta apenas o adeus!
um beijo, paula
Adorei o texto *.*
Mais vale tarde do que nunca, Paulinha. Um beijo.
Tarde cheguei, mas como os últimos são os primeiros, ainda não se fez tarde demais para te gritar: BRAVO! Um belíssimo poema!
Beijos grandes amiga,
Clo
E por vezes a tarde já nos traz saudades da manhã...
Bonito poema Paula.
Beijos!
É tarde, mas é nunca é tarde para se escrever desta maneira...
Beijos e boa semana
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