quinta-feira, 26 de novembro de 2009

O poder das palavras


Tentei abrir a porta – hoje estava fechada – com as chaves que trazia; experimentei, forcei demorando muito tempo, desesperei por momentos: a porta continuava sempre trancada. Vermelha, quis ir embora, chorei, caíram as chaves no chão – agora sujo – preto.

O tempo seco: não girava a chave. Continuei a tentar corajosamente, sem medo, querendo abri-la; mas teimava em estar fechada – que teria acontecido – para me chatear; porque se fecharia, a porta?

Acalmei-me (tinha que ser), pensei no dinheiro gasto – mal gasto mesmo.

Olhei, virei-me, dei uns passos soltos. A fechadura trancada: como se nunca fosse aberta, prisioneira da melancolia, triste e feia; silenciosamente, pensei em ir embora, deixando os sonhos ali à porta – perdida na velha casa -,comecei a recordar a família, as gerações passadas, a solidão: não quero voltar ali, quero regressar. Regresso à rotina.


Trabalho feito numa aula de escrita criativa.

Foto minha.

27 comentários:

Anónimo disse...

tenho alguma curiosidade em assistir a aulas deste género, mas aqui onde resido não são fáceis de encontrar, teria de deslocar-me ao porto ou a outro grande centro, provavelmente, mas gostei de te ler

beijinhos.

Maria Clarinda disse...

Ficou muito lindo o teu conto em prosa!!!
Sabes que gostava dele!
Jinhos muitos.
A foto ficou optima.
Jhs

Odele Souza disse...

Que texto mais bonito Paula!
Liiiindo! E a foto também.

E olha amiga, senti tanto carinho por ti - hoje mais ainda, quando vejo que como sempre estás presente em minha luta. OBRIGADA por já teres assinado a Petição On Line - Segurança nas Piscinas.

Em meu nome e em nome de Flavia, e de todos que poderão se beneficiar dessa lei de abragência nacional, MUITO OBRIGADA.

Beijos!

chica disse...

Muito lindo,Paula e a foto ficou perfeita!beijos,chica

Anónimo disse...

Além do interesse por algo muito bem escrito, gostei da metáfora que contem!

«Que cada dia que nasce,
seja uma dádiva em seu destino!
Um beijo carinhoso»

Beijo.
isa.

Mona Lisa disse...

Olá Paula

Adorei o conto.

Senti-me nele!

Tento abrir(sem sucesso) as portas do meu tempo...

Bjs.

Lisa

Vicktor Reis disse...

Querida Paula

Um belo texto... de muita criatividade, realmente.

Beijinhos.

wind disse...

Gostei.
Beijos

Manuela Freitas disse...

Olá Paula,
As romãs estão cheias de sumo de inspiração! A prosa/poema está muito boa, assim como a metáfora que encerra.
Parabéns e Bjs,
Manuela

Å®t Øf £övë disse...

Paula,
Quer acredites, quer não, vivi esta situação há precisamente dois dias atrás. E mais não posso contar.
Beijinhos.

Je Vois La Vie en Vert disse...

Olá Paula,

Gostei de descobrir esta nova criatividade tua !

Beijinhos

Verdinha

~*Rebeca*~ disse...

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Paúl dos Patudos disse...

olá Paula
Espero que esteja tudo bem contigo.
Estou a escrever para agradecer o livro que enviaste pelo Vitor, à Biblioteca Municipal de Alpiarça e que vem enriquecer o nosso espólio e quem gosta de boa poesia.Obrigada.
Fica bem
bjos
Ana Paula

EDUARDO POISL disse...

Lindo texto e uma lindíssima foto!

"... E de novo acredito que nada do que é
importante se perde verdadeiramente.
Apenas nos iludimos, julgando ser donos das coisas,
dos instantes e dos outros.
Comigo caminham todos os mortos que amei,
todos os amigos que se afastaram,
todos os dias felizes que se apagaram.
Não perdi nada,
apenas a ilusão de que tudo podia ser meu para sempre."

Miguel Sousa Tavares

Abraços com todo meu carinho.
Um lindo final de semana com muito amor e carinho

Mariazita disse...

Estou de passagem apenas para desejar um bom fim de semana.

Vou "viajar" no fim de semana, mas deixo programado um capítulo da Anita .
Assim continuarei na companhia de todos :)))

Quando regressar virei comentar.
Fica bem.

Beijinhos
Mariazita

Sofá Amarelo disse...

Geralmente as portas só fechadas no trinco são as mais difíceis de abrir...

Laura disse...

Olá minha querida. Também tenho a casa da familia, na aldeia, quase deserta, apenas lá vive uma tia, e eu raramente lá vou, agora só mesmo nos finados, pois, a saudade acontece, todos os que não se foram, vivem espalhados por aqui, e os que se forma, ficaram todos no cemitério lá em cima, que saudade do tempo em que corria por ali fora, subia e descia ladeiras, e agora! agora já não os tenho para receber os meus sorrisos, o meu amor! mas, em pensamento, eles ouvem o bem que lhes quero, ainda!...
Um abraço e linda prosa..laura

gaivota disse...

tão lindo este teu texto...
por aqui também é assim... apenas trinco, às vezes a chave fica de fora...
soube-me "especialmente bem" hoje!
beijinhos

Manuel Veiga disse...

texto muito criativo. realmente!

gostei muito.

beijo

Sonia Schmorantz disse...

Muito bonito este texto, reflexivo, mesmo que não tenha sido esta a intenção.
beijo, ótimo final de semana

Graça Pires disse...

Paula, já és uma criativa. Solta as palavras...
Um beijo.

vieira calado disse...

Olá, Paula, como estás?

Eu estou num bar, de karaok,

com muito barulho,

um copo de wisq...

Um beijinho.

Justine disse...

às vezes enganamo-nos na chave, outras vezes na porta! Mas quantas vezes temos de ficar na rua...
(gostei das matáforas e da foto)

FERNANDINHA & POEMAS disse...

QUERIDA PAULA, BELÍSSIMA PROSA QUE DESCONHECIA EM TI... ADOREI!!!
A FOTO ESTÁ SUBLIME...!
ABRAÇOS DE CARINHO E AMIZADE,
FERNANDINHA

heresias consentidas disse...

ixo tb me akontece às x...
...mas eh pk bebo uns kopuhx a +
lol
ahx x num enkontro a fexadura e outras x jah m akonteceu tar a abrir portas no prédio errado
exas koisas paxam spr no dia seguinte...
;)***

ps:
magnífiko texto

HELENA AFONSO disse...

LINDISSIMA esta mensagem escrita, este é sem duvida um dos meus blogs favoritos, bom domingo!
HELENA

Persida Silva disse...

Venho retribuir a tua mensagem amiga Paula, nesta quadra festiva te desejo também um feliz Natal e um ano novo replecto de muitas felicidades, saúde, paz e amaor, enfim tudo de bom para ti e tua família. Tua sempre amiga virtual.
Persida Silva