Perdoa-me a inconstância
em que navego e me perco
na travessia deste rio
caudaloso e fantástico
tão inconstante como eu
tão forte
tão feito de mim
perdoa-me o instante
em que sou assim
no rio dos meus sentidos
perdoa-me tal imodéstia...
terça-feira, 15 de abril de 2008
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6 comentários:
Inconstante como um rio???!!!
Mas, querida amiga, um rio não é inconstante. Costumo indicá-lo como um poço de ciência e de exemplos para a nossa vida. O rio tem um objectivo e age em cada momento e local como uma lógica e coerência irrepreensíveis. A água desce sempre, e quando encontra um obstáculo, actua correctamente, sem exaltação, sem esquecer o objectivo. Se o não pode vencer contorna-o ou espera para acumular força e depois arrastá-lo ou passar por cima. As curvas que dá no seu trajecto são de uma coerência extraordinária sempre na busca do caminho de maior equilíbrio, da cota mais baixa, do caminho mais fácil e rápido.
Não hã viagens em linha recta, é preciso ajustar a rota a cada momento. Repara que o volante do carro poucos segundos se mantém sem rodar para um ou outro lado, mesmo que seja muito pouco. Nós também temos de ajustar a nossa acção às circunstâncias. Para isso temos inteligência.
A tua «inconstância» é prova de inteligência, de vida. Mau será quando tiveres de a perder num lar de velhinhos, sem consciência do mundo à tua volta. Por enquanto vive a vida e sê feliz.
Beijos
A. João Soares
Sermos inconstantes é, se calhar, uma qualidade. Se fossemos sempre iguais e previsíveis, talvez nos transformássemos em seres algo monótonos.
Um poema com ritmo e bom!:)
beijos
Querida Paula,
Ser inconstante = não sermos a mesma pessoa todos os dias. Acho que faz parte dos mistérios da vida: A cada amanhecer, um novo ser.
Te deixo um beijo e o meu carinho.
*
paulinha
,
eu,
força, tua,
,
conchinhas
,
*
Paula,
É bom quando nos conseguimos adaptar aos diferentes ritmos a que a vida nos obriga.
Beijinhos.
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