sábado, 29 de agosto de 2009

Mil sonhos


És o meu canto final
a apoteose
neste acto,
a saída de cena
depois de cair o pano.

És a última dança
no palco,
enquanto se perdeu
o encanto
e se finge ser feliz.

És a minha primeira
vontade,
o soletrar concreto
da esperança
que revive
em mil sonhos de mim.


Foto minha

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

A minha história


Escrevo a minha história
antes febril de vida
hoje amarga e sempre solitária
amanhã a história futura
que desencantarei
dos meandros frescos
da floresta
ou da profunda
vastidão do mar

a minha história
é aquela que eu sei contar
num poema
que não acabarei

por várias razões...


Foto minha.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Serena(mente)


Fugiram todos os impulsos,
os possessivos esgares,
as melancólicas noites
e as lágrimas livres
de um ser bonito.

Desapareceram as obsessivas palavras

os gestos de agressões
irreflectidas.

Fugi de mim, ontem

trazendo a serenidade
hoje

tal como os búzios
que se reflectem
no meu olhar

numa constante
impertinência...


Foto: Maria Clarinda

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Lu(g)ar de vida


Lugar de vida
em silêncio
o meu/nosso luar

amor sempre
a luz e o mar

temas
em continuidade
espaço aberto
à imaginação

a voz a música
as canções e o ficar.


Foto minha

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

sábado, 15 de agosto de 2009

Anjo


NÃO.

Não sou figura de arte,
alada, jovem,
mitológica...

Não sou mensageiro,
nem figura puramente
espiritual.

NÃO. Não sou anjo.

Sou essa flor
sensual e humana,
um odor, um caminho,
paz, luz, saudade,
a neblina, o silêncio,
o nunca mais
ou o sempre!

Sou SIM!

Anjo...


Foto: Maria Clarinda

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Algures


Solitária algures
varrendo a memória
e o delírio
decompõe-se a imaginação
em partículas
abertas e esfumadas

algures
a solidão marca presença
num dado momento
não adquirido
do ainda futuro...


Foto: José Arroteia

domingo, 9 de agosto de 2009


Fácil é ficar aí
olhando a planta
que nasce e cresce
e nos faz acreditar
no futuro.

Muito fácil estar aqui
e saber do verde, verde
e dos contornos
simples
da esperança...


Contra o habitual, a foto foi tirada por mim(!).

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

O cabo


Cabe na palma da mão
o estreito patamar
da loucura
como se fosse
um precipitar
permanente

do sonho que o mar atinge

que o rochedo
segura em ti.


Foto: José Arroteia

domingo, 2 de agosto de 2009

Água


Se é o começo
do mundo
o mar ouviu
a história simples
da água...

nasce outra esperança
ou a memória reconhecida
de afectos

num prefácio
de imprevisíveis
aventuras.


Foto: José Arroteia