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O verde luminoso
que a sílaba me empresta
cheira a flores campestres
e é húmido
e tórrido
e lembra-me
o encanto do regresso
e das mãos cheias de tudo
e eu levo-o comigo
nos momentos
que me vestem.Foto: Viajantis
Faz falta cantar
todas as palavras
do poema
que te escrevi
naquela tarde
azul e mansa de Verão
e faz falta encantar
as flores
de todos os lugares
agora que a Primavera
renasceu
e eu subo
o caminho íngreme
até casa...Foto: Viajantis
Sendo que o silêncio
é avassalador
mas não mata,
porque consome assim
o desabrochar
inato do poema
e porque não matando
não transpõe o limite
e só se eterniza
nesta tão cansada
voz de pranto?!Foto: Viajantis
Vou amar-te como se fosse
possível dentro
de uma redoma
revolver o ar
de encontro às paredes
e vou amar-te assim
como se não fosse
possível fora
das paredes
a redoma e o ar
numa revolução
inerente.Obrigada meu querido António
por mais esta beleza que pintaste!.
O dilema simples
de estar e não estar
é de facto um dilema
incontornável
e porque ao estar
não estou
e estando posso estar...Foto: Mário G.
Vou dizendo e afirmo
que os sonhos têm
que existir
e que os devemos
perseguir
até à exaustão
e eles hão-de
concretizar
inesquecivelmente
a vida
na tangente
da alma.Mais um quadro do meu Amigo António com as minhas palavras.
Serenamente
envolvida pelo vento
parto num corcel
e do ar anil
a mágica densidade
sulca os meus sentidos
até ao limite
da velocidade
tempestuosa
de um momento.Foto: Viajantis
De um beijo
estilhaça-me no ar
esta melancolia
em combate
e traz-me as flores
amarelas sobreviventes
do dia seguinte
como se hoje
já terminasse...O meu querido Amigo António Santos pintou e intitulou este quadro ao qual eu acrescentei as minhas palavras.
Acredito que o tempo
é o tempo de estar aqui,
uma leve aragem rosa
e o perfume das flores,
o profundo olfacto
da manhã
e o tacto inatingível
do outro tempo,
acredito que este
é o tempo
de voar aqui,
de ir hoje em silêncio
nas asas inquebráveis
do futuro...Foto: Viajantis
O sinal perfeito
de uma inacabada
frase
pontua de vírgulas
um anónimo subtil
sentimento
de alvorada
e mansamente
da nuvem branca
solta-se
o exequível
formato poético
do sol.Foto: Viajantis
Habito aqui.
Neste ponto mínimo.
O mar perto
e a serra também.
Habito aqui longe de tudo
e perto de nada.
Que se esqueçam.Foto: Gustavo Lebreiro
Gosto de azul
e assim é a minha memória
mesclada de verde água
com um toque branco
de folhas não escritas
gosto de azul
e azul é o meu estar
junto ao mar
permanente ensejo
de todos os regressos.
Azul é a vida
e azul ainda é a tua voz.Foto: Viajantis
O quadro pendurado
na parede do quarto
toma forma e sai da tela
mexendo-se ao teu ritmo
pintado de verdes
é o mar que se verte
na minha bebedeira
de ti...O título e o quadro são do meu querido Amigo António Ferreira Santos. O poema é meu.
Peço desculpa ao Carlos Peres Feio por lhe ter surripado discretamente (como é meu apanágio), um poema e um desenho seus, em jeito de homenagem pelo seu aniversário no passado dia 2.
pelas letras te conheço
nas imagens te completas
enches-me a cabeça
com o que me adoça a vida
passaste a ser o molde
do meu novo formato
esqueci o que era dantes
olho para mim
através dos teus olhos
sei que me proteges
e em mim soltas
o doce pássaro
da juventude
é difícil conter-te nos versos
é fácil amar-te
Antigamente
os verbos
eram conjugados
no futuro,
todos os sonhos
seriam concretos,
mas mais tarde
os verbos
já não se conjugam,
eles desaparecem
e vão desaguar
muito longe,
onde o futuro
não existe mais.Foto: Viajantis
A propósito
lembro-me
de palavras difíceis
de pronunciar
e propositadamente
este é o acaso
convocado
para esta noite
de Primavera.Foto: Viajantis
Entre irmãos
sulca com suavidade
as águas do lago
e desliza
a brancura
solene da beleza.
Cisne delicado
em porte altivo,
dominador
é a doçura
imaculada
de um reflexo
de liberdade...Foto cedida pelo meu Amigo Osvaldo
Sabes que o silêncio
me perturba
quando não o procuro
e ele se instala
longas horas?!
Sabes que o silêncio
me magoa
quando não o procuro
e ele se instala
longos dias?!
Sabes que o silêncio
me cansa
quando não o procuro
e ele se instala
longos anos?!
E sabes que o silêncio
me desafia
quando o procuro
e ele se instala
por toda a vida?!Foto: Viajantis